Em Campina Grande, Romero alimenta dúvidas, mas Cássio se posiciona

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Bruno e Cássio Cunha Lima (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Com a decisão da Executiva Nacional do PT de apresentar a candidatura do deputado Luciano Cartaxo a prefeito de João Pessoa, praticamente fecha-se o painel de candidatos na Capital, restando em aberto apenas a situação de Campina Grande, entre as cidades de maior porte na Paraíba.

Efetivamente, o quadro de indefinição de candidaturas em Campina Grande, não é novidade, está atrelado a falta de definição do deputado Romero Rodrigues, que, em entrevistas recentes, deu mostras que pretende empurrar o martírio das dúvidas até o fim deste mês de julho, quando, por força de lei, se inicia o período de convenções para a homologação dos nomes dos candidatos.

Essa questão é intrigante em todos os aspectos: o deputado Romero Rodrigues ainda está realmente indefinido?

Já houve momento em que a impressão era a de que Romero tinha firmado efetiva decisão de disputar a eleição de prefeito, estando apenas segurando a revelação para não criar problemas para aliados ainda instalados na gestão Bruno Cunha e não precipitar a campanha, instante a partir do qual, certamente, passaria a ser alvo de ataques de várias frentes.

Mas Romero surpreende e emite, dependendo das circunstâncias, sinais contraditórios, que dificultam uma leitura mais clara do caminho que pretende seguir.

Em sua última aparição publica, durante evento em Lagoa Seca, por exemplo, Romero deu várias sinais no sentido que estaria decidido a ser candidato, mas acabou, numa única frase, deixando a dúvida semeada.

Trocando em miúdos: durante discurso em Lagoa Seca, ao lado do deputado Fábio Ramalho, presidente estadual do PSDB, e da prefeita Dalva Lucena, Romero repetiu três ou quatro vezes que continuaria trabalhando em favor do município em qualquer circunstância. Parecia que estava antecipando o aviso que iria adotar outro rumo político, o rompimento pré-anunciado. Daí a reafirmação insistente de parceria, em qualquer circunstância, com o deputado e a prefeita no sentido de continuar ajudando ao município.

Ocorre que, em entrevista após o evento, Romero proferiu uma frase que atirou novas dúvidas ao ar. Ele fez questão de lembrar que “nunca brigou com ninguém” na política, isso depois repetir que ainda não tinha definição sobre as eleições em Campina Grande. A frase foi interpretada como uma declaração que não tem problemas em voltar a conviver plenamente com Bruno.

A decisão do governador João Azevedo de adiantar a candidatura a prefeito do ex-secretário Johny Bezerra também está sendo interpretada como um sinal que Romero pode não ser candidato a prefeito.

No rescaldo das fogueiras de São Pedro, a presença ostensiva do ex-governador Cássio Cunha Lima ao lado do prefeito Bruno Cunha Lima no Parque do Povo também está permitindo leituras sobre possíveis definições em relação às eleições em Campina Grande.

Por óbvio, a primeira leitura é a que Cássio já fechou uma posição: estará ao lado do prefeito Bruno Cunha Lima na disputa municipal. O recado é que a família Cunha estará com Bruno se houver o afastamento de Romero do grupo.

Pode ser que o recado tenha terminado aí. Todavia, há brecha para uma segunda leitura, a que Cássio só foi ao Parque do Povo abertamente com o prefeito Bruno por acreditar que Romero não seria mais candidato a prefeito.

Apagaram-se as fogueiras de São e São Pedro, mas arde a fornalha das especulações. Haveria em curso, nos bastidores, três movimentos envolvendo Romero. O primeiro seria de recomposição plena das relações políticas no grupo Cunha Lima, com Romero desistindo da candidatura a prefeito e indicado o candidato a vice na chapa de Bruno; o segundo e mais recente movimento apontaria para a desistência de Romero da candidatura a prefeito, sem, no entanto, recomposição da relação com o prefeito Bruno (Romero se dedicaria a fazer campanha em todo o Estado para preparar 2026), e o terceiro é de tentativa de formação de uma aliança de oposição em torno do nome de Romero como candidato a prefeito.

O puxa-puxa para todos lados é intenso e não será impossível a saída pelo meio.

por Josival Pereira, t5

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