Empresários soltos, ‘cegueira’: o que PF diz sobre caso Alexandre Pires?

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Alexandre Pires

Em relatório da Operação Disco de Ouro, a Polícia Federal afirma que o cantor Alexandre Pires agiu por “cegueira deliberada” ao ignorar a possível origem criminosa de R$ 1,3 milhão transferidos às suas contas bancárias por uma mineradora suspeita de atividades ilegais.

O que disse a Polícia Federal?

O termo usado pela PF designa quando um investigado decide assumir o risco de determinada conduta e ignora sua possível ilegalidade. As informações foram divulgadas por Aguirre Talento, colunista do UOL. Músico é investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento com garimpo ilegal em terras indígenas.

Para a PF, Alexandre Pires “passou a financiar as atividades ilícitas da empresa Betser, sendo beneficiado com o valor de R$ 357 mil diretamente em sua conta pessoal, e pelo valor de R$ 1 milhão na conta da A P N Serviços LTDA, pessoa jurídica da qual integra o seu quadro societário”.

Pires foi alvo de busca e apreensão no início desta semana por suspeitas de lavagem de dinheiro. A defesa do cantor afirmou na terça-feira (5) que ele “jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações”.

Empresários foram soltos

As defesas de Christian Costa dos Santos e Matheus Possebon negam o envolvimento deles com irregularidades. Ambos foram detidos pela Polícia Federal durante a semana.

Os dois tiveram habeas corpus concedidos pela Justiça entre a sexta-feira (8) e o sábado (9). Matheus Possebon foi liberado pela TRF da 1ª Região. Ele permanecia detido pela Polícia Federal desde a última terça-feira (5) após desembarcar de um cruzeiro temático do artista em Santos (SP).

Solicitação foi realizada por Fábio Tofic Simantob, advogado do empresário. “Raramente me deparo com uma decisão tão descabida e equivocada. Felizmente o erro foi corrigido a tempo de Matheus retornar a suas atividades normais”, afirmou Fábio em contato com Splash.

Empresário não pode ser considerado “periculoso” para que a prisão preventiva seja mantida, argumentou a defesa. “A única e exclusiva razão para o paciente ter sido incluído na investigação é porque teria recebido da empresa Christian Costa dos Santos, que usa o nome fantasia Betser, montante no valor de R$ 1,7 milhão.”

TRF 1 também determinou a soltura de Christian Costa dos Santos. A PF suspeita que ele realizasse atividades de mineração ilegal na Terra Indígena Yanomami e a lavagem de dinheiro proveniente da atividade. Informação foi divulgada pelo colunista Aguirre Talento.

Em nota, a defesa de Christian, representada pelo escritório de advocacia de Nelson Williams, afirmou que a decisão “destaca a necessidade de esclarecimentos sobre diversas situações fáticas, ressaltando que a atividade de mineração desenvolvida pela empresa ainda carece de maiores elucidações.”

Investigação

Alexandre também foi conduzido à sede da PF, ouvido e liberado. A informação foi confirmada na manhã da terça-feira passada (5) pelo programa Encontro (Globo).

Segundo a PF, o cantor teria recebido pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Já o empresário é suspeito de financiar o garimpo na Terra Indígena Yanomami. O agente seria um dos “responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes”.

Investigação começou depois que a polícia apreendeu, em janeiro de 2022, quase 30 toneladas de cassiterita —principal minério de estanho— extraída ilegalmente na sede de uma das empresas suspeitas. O carregamento em questão seria enviado ao exterior.

O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso negou em nota que Alexandre Pires tenha envolvimento com garimpo ilegal e afirmou que, no decorrer da investigação, será provado que o cantor não cometeu nenhum crime.

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