Entenda o que é gigantomastia, doença que fez seios de jovem no Paraná pesarem 10 quilos
A gigantomastia, doença que fez os seios da paranaense Thaynara Marcondes pesarem 10 quilos, é uma condição que causa o crescimento exagerado do tecido mamário.
A estudante de pedagogia de 21 anos de idade passou por cirurgia em outubro para redução dos seios. Por conta da doença, a jovem de Mandirituba, na Grande Curitiba, enfrentou dificuldades para realizar atividades antes consideradas simples. Veja detalhes abaixo.
O cirurgião plástico Dayson Luiz Nicolau dos Santos, responsável pela cirurgia, explicou que muitos fatores podem desencadear a gigantomastia, como obesidade, distúrbios hormonais, diabetes, problemas endócrinos e uso de medicamentos específicos, por exemplo.
Contudo, no caso de Thaynara, o fator que provocou o aumento exagerado das mamas ainda não foi identificado. Inicialmente, houve suspeita de câncer, mas com resultados negativos para nódulos, a hipótese foi descartada.
A estudante e o médico ainda aguardam resultados de outros exames para terem certeza sobre o que pode ter acontecido.
“Como não foi elucidado ainda o diagnóstico, estamos aguardando uns exames ainda. A gente, a princípio deixou ela ciente que pode existir essa possibilidade de voltar a crescer, não do jeito que foi, mas como ela é jovem ainda, existe essa possibilidade.”
A cirurgia, segundo a jovem, custou R$ 40 mil, valor que ela arrecadou com doações.
A cirurgia
A ginecomastia é uma condição de saúde que pode ser resultado de diferentes alterações hormonais. Apesar disso, em muitos casos, a sua causa específica costuma não ser conhecida. Entenda mais abaixo.
O especialista que cuidou de Thaynara contou que na cirurgia foi utilizada a chamada “Técnica de Torek”, uma amputação da mama para diminuir o volume.
Ele explicou que, no procedimento, a aréola e o mamilo são desconectados e, em seguida, reimplantados. Por conta disso, a jovem perdeu toda a sensibilidade na região do seio e, também, a capacidade de amamentar.
O que é a condição?
A ginecomastia é uma condição que faz com que o tecido mamário inche e se torne maior que o normal. De acordo com o NHS, o serviço de saúde britânico, ela costuma ser mais comum e adolescentes e pessoas mais idosas.
Normalmente a condição ocorre porque há a redução dos hormônios masculinos (testosterona) ou ao aumento dos hormônios femininos (estrogênio). Entre as principais causas estão: puberdade, envelhecimento, medicamentos e condições de saúde que afetam os hormônios.
Como é o tratamento?
Certos medicamentos podem ser usados para ajustar o desequilíbrio hormonal do paciente que tem a condição.
Apesar disso, segundo a faculdade de medicina Johns Hopkins, como a maioria dos casos de ginecomastia ocorre durante a puberdade, a condição geralmente melhora com o tempo, sem a necessidade tratamento. Isso pode levar de 6 meses a 2 ou 3 anos.
Em alguns casos (mais raros), cirurgias costumam ser indicadas para remover o excesso de tecido mamário.
O diagnóstico
Thaynara contou que, em fevereiro deste ano, uma tia começou a perceber o aumento dos seios dela. Segundo ela, eles cresceram cerca de 750 gramas por mês.
À época, a estudante usava camisetas do tamanho médio. Pouco tempo depois, passou a usar os maiores números do mercado – que, em pouco tempo, não foram suficientes para o tamanho que os seios dela atingiram. Por conta disso, a jovem precisou aderir a roupas sob medida.
“Ela [tia] falou que meus peitos estavam muito grandes, mas eu nunca dei bola. Aí quando eu comecei a sair na rua, todo mundo começou a me olhar, apontar, então comecei a me preocupar e fui procurar ajuda”, disse.
Para entender o que estava acontecendo, a jovem disse que procurou um mastologista, especialidade da medicina que cuida da saúde das mamas.
Para Thaynara, o crescimento dos seios trouxe dificuldades como dores intensas nas costas, ombros e pescoço, além de dificuldades em realizar atividades cotidianas.
“Não estava mais aguentando […] Eu sou magrinha e minha coluna estava horrível, meu Deus.”
A jovem, que também trabalha como auxiliar de professora em um centro de educação infantil, contou que por conta do tamanho dos seios, não conseguia mais segurar os bebês no colo.
No dia a dia, ela precisou parar de ir à academia, por exemplo.
“Não conseguia mais nem usar sutiã. Coloquei as roupas tudo dentro de uma bolsa, porque não cabiam mais em mim. Um dia provei oito camisetas e nenhuma serviu. Acabei surtando […] Agora quero colocar biquini, quero correr, fazer muitas coisas.”
Nas redes sociais, a estudante compartilhava a rotina antes da cirurgia e intensificou as publicações agora, mostrando a mudança dos seios e alertando mulheres sobre a condição.