‘Esse feminismo não me acolheu’, diz mulher do ex-ministro Silvio Almeida, acusado de assédio

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O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a modista Ednéia Carvalho, então gestante de sua primeira filha - @neiafkn no Instagram

Em um desabafo no Instagram na quinta-feira (7), a modista Ednéia Carvalho, esposa do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, disse que não tem sido fácil “conviver com a injustiça” nos dois últimos meses. Seu marido foi demitido pelo presidente Lula (PT) em setembro, após denúncias de assédio moral e sexual, e é alvo de um inquérito, autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

“Esses últimos dois meses não têm sido fáceis, conviver com a injustiça, tirarem a sua paz é algo que nem sei explicar”, escreveu Ednéia.

A modista postou uma foto em que aparecem ela, Silvio Almeida e a filha do casal e disse também: “Faz 1 ano e 3 meses que vivo a maternidade e a sensação é que o puerpério não acabou”.

“Fala-se tanto em pautas feministas, mas esse mesmo feminismo não me acolheu, nunca vou esquecer das vezes que tive que amamentar a minha filha em meio a uma tristeza profunda.”

Ela também afirmou lamentar “muito que pautas sérias estejam sendo banalizadas por interesses pessoais, mas apesar de tudo, estou bem, sigo cuidando da minha família”.

Ednéia disse que sua família foi acolhida por muitos amigos e abandonada por outros. “Estou feliz por estar na minha casa (SP), BSB [Brasília] não me fez bem, sentirei falta das boas amizades que lá fizemos, mais nada, mas essas mesmas amizades levaremos para a vida toda”, disse ela.

Também disse que, “no meio desse furacão”, ela e o marido tiveram a certeza de ter amigos que são “os mais companheiros, os mais fiéis”.

“Teve quem pulou do barco, teve quem soltou a nossa mão, mas uma minoria que chega a ser irrelevante tamanha foi a rede de apoio que recebemos, inclusive aqui mesmo nessa mesma rede que massacrou minha família”, afirmou.

Ela concluiu com uma mensagem ao marido: “Seguimos ansiosos por justiça, meu amor, conte comigo sempre, amo vc demais!”.

A demissão de Silvio Almeida ocorreu após a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, relatar ter sofrido importunação sexual do colega. A ministra afirmou à revista Veja que houve “atitudes inconvenientes” por parte de Almeida, como toques inapropriados e convites impertinentes, mas que ela não reportou os episódios por “medo do descrédito e dos julgamentos”.

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