Evangélicos aprovam templos como “atividade essencial”, com voto do PT
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Cezinha de Madureira. Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Por Evandro Éboli
Uma forte mobilização da bancada evangélica e de bolsonaristas aprovou a condição de atividade essencial para igrejas, templos de qualquer culto e as comunidades missionárias. O status de “essencial” inviabiliza, por exemplo, que esses locais sejam fechados por orientação de políticas públicas, como a pandemia.
Em abril, o STF decidiu, por 9 a 2, que estados e municípios poderiam determinar que igrejas não funcionassem durante a epidemia da Covid-19.
O projeto foi aprovado por quase unanimidade na Comissão de Seguridade Social da Câmara e contou com o apoio do PT. O deputado e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP) orientou a favor do texto, ainda que tenha relevado que a atividade nos templos precisará respeitas as regras sanitárias.
O líder da bancada evangélica na Câmara, deputado Cezinha Madureira (PSD-SP), esteve à frente do lobby pela aprovação do projeto, que tem quatro parlamentares também religiosos como autores. Ele comemorou a aprovação na comissão.
“Se trata de um direito inviolável, o direito de culto. A tal política do fica em casa, tão bem atacada pelo presidente Bolsonaro, foi péssima. Igreja, agora, é essencial. O que fez o governador Doria (que vetou os cultos durante a pandemia) foi um crime. É um ditador. Agradeço ao deputados de direita, de centro e de esquerda que votaram conosco” – comemorou Cezinha de Madureira.
Apenas uma parlamentar, Vivi Reis (PSOL-PA), votou contra.
“Não concordo com esse projeto. É um risco à saúde a abertura de templos e igrejas. É possível viver a espiritualidade, a sua fé, de forma distinta, como se reunir em casa, com pequenos grupos, tem a internet que permite interação também” – disse Reis.
Cezinha Madureira afirmou que o projeto tem apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e que seguirá agora, em caráter terminativo, na CCJ da Câmara. Se aprovado, pode ir ainda esta semana para ao Senado.
“Tenho confiança que o presidente Bolsonaro sancionará ainda este ano”.
Os autores do projeto argumentam que as igrejas e templos podem servir como ponto de apoio espiritual nesse momento da Covid-19.