Ex-deputado Greenhalgh diz que Lula não dá atenção ao PT e pede virada à esquerda; veja vídeo
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O presidente Lula (PT) no Palácio do Planalto. - Adriano Machado-31.10.2024/REUTERS
Ex-deputado federal e um dos fundadores do PT, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh reclamou, em um debate para marcar os 45 anos do partido, no último sábado (15), que o presidente Lula não dá aos companheiros de legenda a atenção devida.
Segundo ele, os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) e do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) recebiam tratamento melhor do que a bancada petista no Congresso.
“A gente não pode tratar o Lira melhor que os companheiros do PT. Abrir agendas para o Pacheco de madrugada, ou sábado e domingo, em detrimento do PT. A bancada do PT está chateada, porque pede reunião com o presidente e o Marcola [Marco Aurélio Ribeiro, chefe de gabinete de Lula] vai levando a gente com a barriga. E coitado do Marcola”, afirmou Greenhalgh, durante evento do grupo interno Diálogo e Ação Petista.
Segundo ele, não se pode tratar melhor os “aliados de ocasião” do que a militância histórica do PT, “que dá o sangue todos os dias, que enfrenta bolsonarista”.
O debate reuniu também outros membros históricos do partido, como ex-sindicalista Djalma Bom e o ex-deputado federal José Genoino.
Amigo de Lula há décadas e seu advogado durante a ditadura, Greenhalgh fez um apelo para que o governo dê uma virada à esquerda, à luz da pesquisa Datafolha que havia sido divulgada no dia anterior, mostrando queda vertiginosa na popularidade do presidente.
“Eu apoio o governo Lula, eu apoio o nosso governo. E eu tenho direito de dizer que o governo tem de vir mais para a esquerda”, afirmou. Para ele, o governo está “meio sem rumo”. “Não tem um núcleo dirigente. O nosso partido está estático”, reclamou.
A queixa se assemelha à preocupação externada por outros simpatizantes de Lula após a pesquisa.
Uma das mais ruidosas foi do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que divulgou uma carta aberta dizendo que o presidente está “isolado e capturado” no Palácio do Planalto em seu terceiro mandato e não faz política.