Ex-ministro de Temer elogia Lula: “Está sendo muito inteligente”

0

Ex-ministro da Secretaria do governo de Michel Temer e deputado atuante na linha de frente em defesa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o emedebista Carlos Marun exerceu apenas um mandato na Câmara, na legislatura passada, mas fez barulho.

Marun segue muito próximo de Temer, mas diz que nem tanto de Cunha. Ele admite votar em Lula num eventual segundo turno, se não houver um nome do centro na disputa. Disse que, se o MDB não chegar com sua candidata no segundo turno, pode votar no “menos pior” e que, este, pode ser Lula. Para o emedebista, Lula tem sido “muito inteligente” ao se articular com Geraldo Alckmin.

O ex-ministro diz que está fechado com a candidatura de Simone Tebet, mas reconhece que não está fácil para qualquer candidatura de centro. Para ele, a conterrânea de berço eleitoral – ambos do Mato Grosso do Sul – ainda precisa conquistar corações e mentes.

Segue a entrevista ao Blog do Noblat.

O sr. admitiu o voto em Lula no segundo turno. Acha difícil a candidatura de Simone Tebet chegar lá?

Carlos Marun – Falei o óbvio ululante no grupo do zap (do MDB, onde admitiu votar no petista) e gerou essa celeuma. No meu estado deu bastante repercussão. O que falei é que no primeiro turno vamos com uma candidatura de centro. Torço sim para que seja o nome da Simone Tebet. Mas, se não formos, a democracia está aí. Não vou anular meu voto. Vou escolher entre os que estiverem aí, o menos pior. E considero, sim, o Lula. Se for ele o menos pior. Mas tenho expectativa de ver alguém do centro lá.

O sr. parece pouco animado com a candidatura de Simone Tebet.

Carlos Marun – Não é isso. Ela é uma excelente candidata. É mulher. É nova. Tem um papel importante. Foi prefeita, reeleita. Foi vice-governadora. É uma candidata interessante. É boa candidata, tem boa retórica. O MDB tem boa expectativa com ela. É a nossa candidata. Torço para que se torne mais conhecida na população. Fácil não é. Está difícil para todo o centro. Ela precisa ser mais conhecida, conquistar corações e mentes.

Como está o MDB nesse processo para 2022?

Carlos Marun – O MDB está multifacetado. Tem gente que defende apoio imediato no primeiro turno ao Lula, assim também como no Bolsonaro. Mas a maioria é de centro e quer um candidato diferente, até para não fazer essa opção (Lula ou Bolsonaro) no primeiro turno. Vamos com nossa candidata própria ou engajados no centro. Agora, se não chegarmos…

O MDB corre risco de desistir da candidatura de Simone Tebet?

Carlos Marun – Não. O fato de estar difícil, não significa desistir. A questão é que está muito polarizado entre Lula e Bolsonaro. Parece, aliás, um dependendo do outro. Temos, o MDB, a obrigação de oferecer uma opção. O nosso partido comandou um governo de centro. Foi o único nos últimos anos, de centro, com o governo Temer.

Esse candidato de centro que o sr. fala pode ser Sergio Moro? Como o avalia?

Carlos Marun – O Moro, no segundo turno, não sei. O Moro não encarna o espírito da serenidade e pacificação que vejo necessário.

Qual percepção do sr. sobre essa mobilização de Lula para tentar voltar ao Planalto?

Carlos Marun – Já estive com o Lula, mas nunca falei com ele. A minha avaliação é que ele está sendo muito inteligente ao se movimentar em relação ao centro, buscando o Alckmin. É a leitura de quem conhece a política. Quem vai definir, novamente, é o centro.

O sr. foi um aliado e árduo defensor de Eduardo Cunha, foi um dos 10 votos contrários à sua cassação. Como está essa relação?

Carlos Marun – Falei com ele, depois que ele reconquistou a sua liberdade. Temos posições divergentes, mas não existe aí nenhuma aproximação.

E com Michel Temer?

Carlos Marun – Ah, uma relação muito positiva. Conversamos, pelo menos, duas vezes por mês. Também apoia nosso projeto. Teve aquela aproximação com o Bolsonaro, dada a sua boa relação com o presidente. Mas isso não significa que vá votar no Bolsonaro. Ele agiu para o bem do Brasil.

About Author

Deixe um comentário...