Exposição com obras de Tomás Santa Rosa, paraibano que revolucionou design, acontece em João Pessoa

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Exposição com obras de tomás Santa Rosa acontece em João Pessoa — Foto: Tomás Santa Rosa/Reprodução

Na abertura, haverá uma mesa redonda sobre a obra de Tomás Santa Rosa reunindo a professora Bernardina Freire, o professor e artista plástico Chico Pereira e o designer Rildo Coelho, que obteve o título de Mestre em Ciência da Informação com estudo sobre o artista.

O Centro Cultural São Francisco já realizou três outras mostras este ano, com oobras de Flávio Tavares, de arte naif e de naturezas mortas, todas pertencentes ao mesmo colecionador das obras de Tomás Santa Rosa.

Quem foi Tomás Santa Rosa

Tomás Santa Rosa em seu ateliê, 1955 — Foto: Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo/Reprodução
Tomás Santa Rosa em seu ateliê, 1955 — Foto: Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo/Reprodução

Tomás Santa Rosa Júnior nasceu em João Pessoa no dia 20 de setembro de 1909 e viveu por muitos anos com a família na rua da Areia, no Centro. Desde os nove anos de idade, já demonstrava talento artístico, tendo chamado a atenção do governador Camilo de Holanda se dispôs a custear seus estudos na Europa, mas a mãe não aceitou separar-se do menino.

Em João Pessoa, ele se formou em Ciências e Letras e se dedicou à arte de capas de livros. O paraibano se tornou muito solicitado pelas maiores editoras e colocou sua marca em obras de José Lins do Rego, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Américo de Almeida, Afonso Schmidt, Lúcio Cardoso, Mário de Andrade, Marques Rebelo, Rachel de Queiroz, Guimarães Rosa, Josué de Castro, Menotti del Picchia, Dinah Silveira de Queiroz e Carlos Drummond de Andrade, entre outros.

Tomás Santa Rosa era negro e militou contra o racismo, colaborando com Abdias do Nascimento e Ruth de Souza no Teatro Experimental do Negro. A companhia buscava colocar o artista negro como protagonista, quebrando as barreiras do preconceito racial que impunham a estes papéis secundários ou pitorescos. Nesse grupo, ele foi cenógrafo e figurinista.

Santa Rosa também produziu cenários para outras companhias, incluindo peças de Nelson Rodrigues, óperas de Camargo Guarnieri e bailados de Villa-Lobos. Seu cenário para a peça Vestido de Noiva, de Nelson, tornou-se um marco na moderna cenografia teatral.

O artista morreu em 1956, em Nova Delhi, na Índia, após uma forte crise renal. Ele estava no país representando o Brasil na Conferência Internacional de Teatro, realizada em Bombaim, e na Conferência Geral da Unesco, realizada na capital indiana.

Seu corpo foi recebido no Brasil pelo presidente Juscelino Kubitschek. O paraibano foi homenageado por Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Manuel Bandeira, Carlos Lacerda, José Lins do Rego, Mauro Mota, Marques Rebelo, Raimundo Magalhães Jr, Rachel de Queiroz, Joaquim Ribeiro, Paulo Mendes Campos e Otto Maria Carpeaux.

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