Federação da Caixa diz que Pedro Guimarães deixou servidores “doentes”

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Pedro Guimarães, presidente da Caixa. Foto: © Ueslei Marcelino/Reuters

Por Victor Fuzeira

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) lamentou, nesta quarta-feira (20/7), a morte do diretor de Controles Internos e Integridade, Sérgio Ricardo Faustino Batista. O funcionário foi encontrado morto por vigilantes do banco estatal ainda na noite dessa terça (19/7).

Em nota, o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, afirma que acompanhará os desdobramentos do caso. “A gestão por medo de Pedro Guimarães deixou os trabalhadores doentes e a pesquisa da Fenae confirmou isso. Mesmo que a Caixa esteja implementando mudanças, nós observamos que não há nada de novo”, ressalta o representante.

Na avaliação da entidade, a Caixa “não tem muita preocupação com seu quadro de empregados, que é seu maior patrimônio”.

“Um exemplo foi o anúncio de ontem (terça-feira) sobre a mudança em sua estrutura organizacional. Uma dessas alterações diz respeito sobre a criação a vice-presidência de gestão corporativa. Para nós, isso parece mais do mesmo. E essa vice-presidência vai cuidar de pessoas e logística, o que demonstra que a Caixa não tem muita preocupação com seu quadro de empregados, que é o seu maior patrimônio”, critica no posicionamento.

Takemoto ainda coloca em xeque as medidas adotadas pelo banco para apuração das denúncias de assédio moral e sexual envolvendo a cúpula da Caixa, incluindo o ex-presidente Pedro Guimarães. “Nossa dúvida é se haverá isenção do Conselho de Administração para apurar essas denúncias, uma vez que dos sete membros, apenas um é escolhido pelos empregados e o restante, indicado pelo governo”, ressalta.

“A Fenae continua pedindo rigor nas apurações de todas as denúncias que vimos nos últimos dias no banco público”, finaliza a federação na manifestação.

Entenda

Conforme noticiado pela coluna Rodrigo Rangel, o diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa, Sérgio Ricardo Faustino Batista, foi encontrado morto na noite desta terça-feira no edifício-sede do banco, na região central de Brasília.

O caso está sob investigação. Apurações preliminares indicam tratar-se de suicídio.

O corpo foi encontrado na área externa do prédio por vigilantes que estavam de plantão. A ocorrência foi registrada pela Polícia Civil do Distrito Federal. A Polícia Federal foi comunicada.

A tragédia chama atenção porque a diretoria de Sérgio Faustino Batista tem relação direta com o mais recente escândalo a envolver o banco.

A Diretoria de Controles Internos e Integridade, a DECOI, é responsável pelo recebimento e acompanhamento de denúncias feitas por funcionários por meio dos canais internos do banco.

Após a eclosão do escândalo, a Caixa admitiu a existência de uma denúncia de assédio apresentada em maio por meio dos canais internos.

Há suspeita de que essa denúncia, antes de ser apurada, tenha sido levada ao conhecimento da cúpula do banco.

O diretor morto tinha 54 anos e seguiu no cargo mesmo após a mudança na presidência da Caixa. Funcionário de carreira, antes ele havia integrado a equipe que assessorava diretamente o gabinete de Pedro Guimarães.

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