Fifa deve suspender candidatura saudita à Copa por risco aos direitos humanos, diz Anistia

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Ilustração mostra como deverá ser o estádio Rei Internacional Salman, em Riyadh, na Arábia Saudita - Fayez Nureldine - 30.out.24/AFP

A Fifa deve interromper o processo de escolha da Arábia Saudita como anfitriã da Copa do Mundo de 2034, a menos que sejam anunciadas reformas importantes na área de direitos humanos do país antes da votação do próximo mês, afirmaram a Anistia Internacional e a Sport & Rights Alliance (SRA).

No próximo mês, o Congresso da Fifa deverá realizar votações para aprovar as Copas do Mundo de 2030 e 2034, embora cada uma delas tenha apenas uma única proposta. Uma candidatura combinada de Marrocos, Espanha e Portugal é a única candidata para 2030, enquanto a Arábia Saudita é a única para 2034.

A Anistia e a SRA disseram que avaliaram as estratégias de direitos humanos propostas pelos países candidatos e concluíram, em um novo relatório, que nenhuma das candidaturas delineou adequadamente como atenderiam aos padrões de direitos humanos exigidos pela Fifa.

Eles disseram que os riscos são muito maiores na Arábia Saudita e que sediar o torneio no país do Golfo levaria a violações “graves e generalizadas” dos direitos humanos.

“Haverá um custo humano real e previsível ao conceder a Copa do Mundo de 2034 à Arábia Saudita sem obter garantias confiáveis de reforma”, disse Steve Cockburn, chefe de direitos trabalhistas e esporte da Anistia, em um comunicado.

“Os torcedores sofrerão discriminação, os trabalhadores imigrantes serão explorados e muitos morrerão.”

“A Fifa deve interromper o processo até que as devidas proteções aos direitos humanos estejam em vigor para evitar o agravamento de uma situação já terrível.”

A entidade que gere o futebol mundial disse que os relatórios de avaliação das propostas para a Copa do Mundo de 2030 e 2034 serão publicados antes de seu congresso extraordinário, em 11 de dezembro.

“A Fifa está implementando processos completos de licitação para as edições de 2030 e 2034 da Copa do Mundo”, disse um porta-voz da entidade.

“[Está] em linha com os processos anteriores para a seleção de anfitriões para a Copa do Mundo Feminina de 2023 na Austrália e Nova Zelândia, a Copa do Mundo de 2026 nos Estados Unidos, México e Canadá e a Copa do Mundo Feminina de 2027 no Brasil.”

 

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