Mensagens obtidas pela reportagem também revelam que houve diversos alertas nos dias anteriores aos atos antidemocráticos de que havia o perigo de invasão do Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto. Os alertas, no entanto, não resultaram em um apoio policial capaz de conter as ameaças. O prejuízo estimado pela destruição das sedes dos Três Poderes é de, pelo menos, R$ 20,7 milhões.
No mesmo dia dos ataques, Lula definiu o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Cappelli como interventor. Durante o período em que esteve na chefia, ele trocou comandos da Secretaria de Segurança Pública e liderou a operação responsável por prender os vândalos que estavam na Praça dos Três Poderes e no acampamento bolsonarista no QG do Exército em Brasília.
Exército investigado
A Procuradoria de Justiça Militar em Brasília tem seis processos em aberto para apurar o envolvimento de militares nos próprios atos terroristas. Conforme o Ministério Público Militar (MPM), as investigações estão divididas da seguinte forma:
- quatro processos apuram o envolvimento direto de profissionais das Forças Armadas;
- um apura a atuação do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) e do 1º Regimento de Cavalaria de Guarda (1º RCG), que são responsáveis pela segurança do Palácio do Planalto;
- um apura uma possível ajuda de militares na fuga de extremistas.
Além destes processos, foi instaurado um procedimento administrativo no âmbito da Procuradoria para obter informações sobre possíveis condutas irregulares de militares durante as invasões.