Funcionários de clínica de reabilitação são acusados de matar paciente

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Onésio Ribeiro Pereira Júnior, de 39 anos. foto: reprodução

por Leonardo Amaro

São Paulo — Cinco funcionários de uma clínica de reabilitação foram presos em flagrante, na segunda-feira (25/9), suspeitos de matar o paciente Onésio Ribeiro Pereira Júnior, de 39 anos, no bairro Itacaré, em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), guardas civis foram acionados para a Unidade Mista de Saúde Municipal, onde um interno teria dado entrada já sem vida e com sinais de violência pelo corpo.

Os indiciados disseram à polícia que a vítima teria fugido da clínica; após ter sido capturada, começou a se sentir mal e, por isso, foi levada até o hospital. Porém, segundo a pasta, os médicos informaram que o homem já estava morto quando chegou ao local.

Diante das contradições apresentadas, policiais civis foram ao centro de tratamento Kairós Prime, localizado no Jardim Valflor. Testemunhas relataram que a vítima teria sido agredida na clínica e que o local havia sido lavado, para dificultar o trabalho da equipe de perícia.

O caso foi registrado como homicídio, sequestro e cárcere privado e tortura na Delegacia de Embu-Guaçu. A Prefeitura de Embu-Guaçu interditou a clínica, que funcionava sem alvará.

Em nota, a administração municipal informa que “o processo de fiscalização é acionado, principalmente, com base em denúncias da comunidade ou a partir de informações do Estado, indicando a necessidade de verificar a conformidade das clínicas com as normas e regulamentos de saúde”.

Terceira internação

Onésio Ribeiro Pereira Júnior era dependente químico e estava na clínica desde o dia 28 de agosto — essa seria a terceira internação no Kairós Prime, de acordo com reportagem da TV Globo. Nos tratamentos anteriores, ele teria fugido da clínica.

Pacientes da clínica disseram à reportagem que Onésio cogitou fugir mais uma vez. Os funcionários da clínicas souberam do “plano” do paciente e, por conta disso, teriam o levado a uma sala privada, durante o horário de almoço.

Os homens teriam amarrado Onésio e o agredido com tacos de sinuca e pedaços de madeira, por cerca de três horas, de acordo com a reportagem.

“Foi no horário do almoço, a comida já estava sendo servida. Só que ele [Onésio] não voltou. A gente ficou preocupado. Nesse meio-tempo, a gente escutou os gritos dele apanhando. A gente viu quando colocaram [o corpo] no carro sem vida”, disse uma testemunha à TV Globo.

Agressões frequentes

Segundo essa mesma testemunha, que é paciente na clínica, as agressões eram frequentes dentro da instituição. “Essa foi a única situação que deixaram [um paciente] amarrado. Nas outras vezes, eles simplesmente espancavam mesmo. Eu apanhei também, assim que cheguei, porque reclamei da comida”, afirmou.

Outro paciente denunciou uma suposta ocultação de provas que os funcionários teriam feito na sala após as agressões.

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