Fuzil utilizado em atentado contra Trump tem venda permitida no Brasil e em 41 estados americanos

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Policiais do Serviço Secreto reagem a um atirador durante evento de campanha do ex-presidente Donald Trump em Butler, Pensilvânia, no sábado, 13 de julho de 2024 — Foto: Eric Lee/The New York Times

Um fuzil semiautomático AR-15 foi recuperado pela polícia americana após o atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump durante um comício na noite de sábado em Butler, Pensilvânia. Anunciado como “o fuzil da América” pela National Rifle Association (NRA, associação que defende o amplo acesso a armas de fogo), o AR-15 está no centro do debate armamentista no país. No Brasil, a venda é liberada para Colecionadores, Atiradores desportivos e Caçadores (CACs), embora eles só tenham direito à posse, e não ao porte.

Com alto potencial de dano, o equipamento foi utilizado em mais da metade das chacinas promovidas por extremistas em solo americano. O AR-15 voltou a entrar no mercado de armas dos EUA após o fim da proibição federal de armas de assalto em 2004. Eles podem ser personalizados com miras telescópicas fáceis de comprar e outros acessórios que podem tornar um atirador não treinado numa ameaça.

Foi com essa arma que um jovem de 20 anos matou a mãe e seguiu para a escola de ensino fundamental de Sandy Hook, em Connecticut, onde assassinou 26 pessoas, incluindo 20 crianças com idades entre 6 e 7 anos, em 2012. Na época, investigadores afirmaram que as três armas encontradas foram compradas legalmente pela mãe do atirador.

O fuzil também foi empunhado por um atirador que abriu fogo contra o público de um festival de música country em Las Vegas, em 2017, e matou cerca de 60 pessoas. De acordo com um levantamento feito pelo jornal Washington Post, no ano passado, a arma foi utilizada em dez dos 17 piores atentados no país desde 2012.

Thomas Matthew Crooks teria usado um fuzil AR-15 e atirado do alto telhado de um prédio na área  do comício eleitoral com Trump — Foto: Editoria de Arte
Thomas Matthew Crooks teria usado um fuzil AR-15 e atirado do alto telhado de um prédio na área do comício eleitoral com Trump — Foto: Editoria de Arte

Venda de fuzis do tipo AR-15 são proibidas?

A venda e posse de fuzis do tipo AR-15 e outras armas semiautomáticas de estilo militar são proibidas apenas em nove estados americanos (Washington, Califórnia, Nova York, Connecticut, Nova Jersey, Massachusetts, Maryland, Illinois e Delaware).

Apesar disso, a arma segue extremamente popular. De acordo com dados compilados pelo Universidade Georgetown em 2021, cerca de 24,6 milhões de americanos possuem fuzis AR-15.

Leve, preciso e com pouco recuo, o Colt Armalite Rifle-15 Sporter foi a primeira versão civil do rifle militar M16, quando chegou ao mercado na década de 1960. Ele tinha um sistema operacional de gás patenteado que permitia disparos e recarga rápidos. A arma suportava facilmente um carregador de 20 cartuchos, era fácil de desmontar e foi comercializada, nos primeiros anúncios, para caçadores, campistas e colecionadores.

O fuzil pode ser montado para disparar tiros mais pesados ​​​​ou leves, como calibre .22 e calibre .308, mas mais comumente dispara tiros de 5,56 milímetros e tem um alcance efetivo entre 450 e 730 metros — nas mãos de um atirador treinado, a precisão nessa distância é difícil, mas possível, especialmente se o rifle for sustentado por bipés ou sacos de areia que possam estabilizar o balanço do cano.

Segundo dois investigadores das forças de segurança ouvidas em anonimato pela Associated Press neste domingo, a principal suspeita é de que a arma disparada contra Trump tenha sido comprada pelo pai do atirador, cerca de seis meses antes do atentado. (Com NYT)

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