Governo e manifestantes assinam ata que encerra protestos no Equador

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Leonidas Iza durante evento político no Equador — Foto: Adriano Machado/REUTERS

Representantes de povos indígenas do Equador e integrantes do governo assinaram nesta quinta-feira (30) uma ata de compromisso que põe fim a 18 dias de manifestações no país.

O documento foi assinado em Quito. A Igreja Católica fez a intermediação entre as duas partes para que o acordo saísse.

Do lado dos manifestantes, a ata foi assinada por Leônidas Iza, presidente da Confederação das Nacionalidades Indígenas (Conaie). Do lado do governo, foi o ministro do Governo, Francisco Jiménez.

Os termos do acordo

O compromisso inclui o fim das mobilizações e o retorno gradual dos manifestantes aos seus territórios.

Do lado do governo, aceitou-se diminuir o preço dos combustíveis.

O preço do galão de gasolina foi reduzido em US$ 0,05 e ficará em US$ 2,40. O valor do galão do diesel teve um corte de US$ 0,15, e vai passar a custar US$ 1,75.

Além disso, vai haver subsídios focados para alguns grupos que ainda não foram especificados.

O governo também se comprometeu a proibir atividade mineradora em zonas protegidas e arqueológicas ou de mananciais, e os povos indígenas deverão ser consultados a cada novo pedido de autorização de pesquisa ou exploração mineral.

Balanço de seis mortos

Os protestos começaram em 13 de junho, com o bloqueio de estradas e confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Nos atos, exige-se uma redução de até 21% nos preços dos combustíveis.

Até o momento, sabe-se de 6 mortos e mais de 600 feridos.

No começo dos protestos, o presidente Guillermo Lasso chegou a negociar com os manifestantes, mas ele havia suspendido as conversas após um ataque atribuído a manifestantes contra militares e policiais na Amazônia, que deixou um agente morto e 12 feridos. Ele declarou que seu governo “não vai negociar com os que mantêm o Equador como refém”.

Negociações retomadas na noite de quarta-feira

O governo do Equador anunciou na quarta-feira à noite a retomada das negociações com os manifestantes. Ao mesmo tempo, ordenou um novo estado de exceção.

A mediação da Igreja Católica foi solicitada pelos indígenas, após o fracasso de uma primeira tentativa de acordo.

Bloqueio em estrada no Equador em 17 de junho de 2022 — Foto: Cristina Vega Rhor / AFP
Bloqueio em estrada no Equador em 17 de junho de 2022 — Foto: Cristina Vega Rhor / AFP

O governo aceitou o papel da Igreja. O ministro do Governo, Francisco Jiménez, disse que a ideia é “alcançar uma solução definitiva do conflito” e que para devolver a tranquilidade ao povo equatoriano.

Petróleo

A estatal Petroecuador ativou o mecanismo de “força maior” para parte de seus compradores de petróleo bruto, a fim de evitar punições por descumprimentos no despacho dos embarques. Autoridades alertaram para o risco de que toda a produção seja paralisada.

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