Guedes critica FMI e diz que assinou dispensa da missão do Fundo no Brasil

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Por PAULA SOPRANA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (15) em evento a empresários na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) que dispensa o observatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) no Brasil, rebatendo as críticas econômicas feitas por Ilan Goldfajn, ex-presidente do BC (Banco Central), que assumirá um cargo de direção no fundo.

“Aparentemente, o ex-presidente do Banco Central criticou muito o Brasil e ele está indo para lá. É um bom economista, bom amigo, mas se já tem um ponto de vista aparentemente bem crítico e bem negativo sobre o Brasil, ainda precisa de um representante aqui?”, questionou Guedes.

Ilan Goldfajn, que é presidente do conselho do Credit Suisse, afirmou em entrevista ao portal Neofeed nesta semana que os investidores estrangeiros não estão fugindo do Brasil, eles “já fugiram”.

Segundo Guedes, o Ministério da Economia já tinha assinado o fechamento da residência oficial do FMI no Brasil, antes de Ilan ser nomeado diretor. Acrescentou que se o fundo pode manter o escritório se quiser, mas que o “governo está dizendo oficialmente que não precisa tê-los aqui”.

“Acamparam aqui há anos e esqueceram de ir embora”, disse Guedes. “Gostam de feijoada, futebol e fazem a pressão errada.”

Segundo ele, a missão do fundo se instalou no Brasil em um cenário diferente, quando não havia controle orçamentário. Para Guedes, hoje a conjuntura é de um regime competitivo e um programa de sustentação fiscal muito forte.

O ministro ainda afirmou que o grupo do FMI fez uma previsão errada sobre a queda do PIB em 2020, quando disse que seria de 9%.

Guedes participou do encontro com outros 16 membros do governo federal, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e ministros.

O encontro foi um dos últimos atos da gestão de Paulo Skaf, que encerra seu mandato à frente da Fiesp no dia 31 de dezembro. Ele cogita tentar candidatura ao Senado mas eleições de 2022.

Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura, foi citado diversas vezes como candidato ao governo do estado de São Paulo. Guedes afirmou que ele teria seu voto.

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