Há clima para aprovar PEC que limita mandato de ministros do STF, diz autor

0

Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

por Amanda Garcia

O senador Plínio Valério (PDSB-AM), que é o autor da Proposta de Emenda à Constituição que estabelece o mandato de 8 anos para ministros do Supremo Tribunal Federal vê clima para aprovação do projeto.

À CNN Rádio, o parlamentar afirmou que esse é o sentimento no Senado: “A PEC que limitou as decisões monocráticas, que era mais perigosa, passou, então essa não teria muita dificuldade.”

Ele reforçou que o projeto teria validade somente após sanção presidencial – dessa forma, “o presidente Lula já até teria emplacado o indicado por ele.”

Atualmente, os cargos no STF são vitalícios e os magistrados permanecem nele até a aposentadoria compulsória, aos 75 anos.

Plínio Valério acredita que, com a PEC, “podemos dar alento à população, mostrar que despertamos para isso e estamos colocando freios no STF.”

“Tive conversa com a senadora Tereza Cristina (Progressistas), ela ainda está receosa [em aceitar a relatoria]”, contou.

Mesmo assim, Plínio avalia que ela terá “todo o tempo do mundo” para estudar a proposta, uma vez que aceite ser a relatora.

Isso porque “muita gente foi para a COP-28″ e “agora não há como votar, e não adianta correr.”

Ele também admite que o número limite de 8 anos não deve passar, e, provavelmente, deve ficar entre 10 e 12 anos.

Plínio considera a proposta importante para evitar que os magistrados sejam “seduzidos pelo poder”: “Após o período, o ministro volta ao supermercado, aeroporto, não será seduzido pela vaidade”.

“Temos que ir devagar para não queimar” a proposta, diz autor de PEC

Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que fixa mandato para ministros do Supremo Tribunal federal (STF), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse que deixar o início da tramitação do projeto para 2024 é importante para “não queimar” o texto ainda em meio a repercussão da aprovação da PEC que limitou as decisões monocráticas na Corte.

O parlamentar ressaltou, no entanto, que mantém a ideia de anunciar ainda neste ano a relatoria da proposta para manter o assunto em pauta.

“A intenção é anunciar a relatoria antes de acabar o ano, mas deixar a tramitação para 2024 porque ainda estamos com a PEC dos limites das decisões monocráticas — que vai para a Câmara –, a sabatina de Flávio Dino [indicado ao STF], de ministros do STJ [Superior Tribunal de Justiça]. Então temos que ir devagar para não queimar”, afirmou.

A mais cotada para assumir a relatoria do texto é a senadora Tereza Cristina (PP-MS), mas ela ainda resiste por avaliar que este pode não ser o momento para discutir a proposta.

Na pauta do ano que vem

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve pautar a proposta que estabelece mandato para ministros do Supremo Tribunal Federal no ano que vem.
Pacheco tem dito que a aprovação da PEC do mandato fixo seria bom para a sociedade, e para a própria Suprema Corte.

A proposta a ser analisada na CCJ foi apresentada pelo senador Plínio Valério , em março de 2019. O texto fixa em oito anos o período de um ministro no STF, sem direito à recondução.

Atualmente, os mandatos da Suprema Corte não têm limite de duração, e os ministros só precisam deixar o cargo ao completar 75 anos de idade.

Entre os senadores, porém, não há consenso sobre qual deverá ser o tempo de mandato para magistrados na Corte. Há quem defenda mandatos também de dez, 12 e 15 anos.

De acordo com senadores, o texto de Plínio Valério deve receber emendas para tratar também da idade mínima para indicações ao Supremo.

A proposta também pode estabelecer um prazo de até 30 dias para que o presidente da República indique um novo ministro quando houver uma vaga disponível, para que não haja longos períodos de vacância.

A ideia é que o Senado também discuta como será a transição caso uma nova regra de mandato seja aprovada. Uma das hipóteses é que a fixação do mandato só valha para ministros indicados a partir de 2030.

Segundo pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta semana, 66% dos entrevistados concordam com limites às decisões monocráticas do STF e 68% apoiam o estabelecimento de mandatos fixos para seus ministros. Foram ouvidas 2.000 pessoas.

About Author

Deixe um comentário...