Homem é condenado a 28 anos de prisão por matar adolescente trans no Sertão da PB

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Renata Ferraz. Foto: Reprodução

Geovane de Lima Galdino Silva foi condenado na segunda-feira (3/6) a 28 anos de prisão pelo assassinato da adolescente trans, Renata Ferraz, em 2022. O julgamento aconteceu no Tribunal de Júri de Patos, no Sertão da Paraíba, e ele foi enquadrado no crime de homicídio qualificado.

O júri imputou quatro qualificadoras na sentença. As qualificadoras foram: motivo torpe, meios cruéis, impossibilidade de defesa da vítima e acréscimo de 1/6 da pena por a vítima ser transexual, que judicialmente corresponde a feminicídio.

Segundo a defesa de Geovane de Lima, o homem está preso em uma penitenciária do Rio Grande do Sul, onde vai cumprir a pena. A advogada Ellida Karituanna informou que vai analisar em conjunto com a família do condenado a possibilidade de recorrer da decisão.

O caso da morte de Renata Ferraz ganhou grande repercussão no Brasil, sendo exibido em rede nacional pelo programa Linha Direta, da TV Globo, em 2023. De acordo com o delegado Paulo Ênio, que investigava o caso, o programa teve interferência decisiva na localização do suspeito, que estava foragido em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, havia alguns anos.

A partir de denúncias, e com o trabalho de inteligência da Polícia Civil da Paraíba e do Rio Grande do Sul, o mandado de prisão contra Galdino Silva foi cumprido em 4 de julho do ano passado.

Geovane de Lima Galdino Silva estava foragido desde a época do crime e foi preso em Novo Hamburgo — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Geovane de Lima Galdino Silva estava foragido desde a época do crime e foi preso em Novo Hamburgo — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Relembre o caso

A adolescente trans Renata Ferraz, de 16 anos, foi morta em Patos, na Paraíba, em abril de 2022 — Foto: Reprodução
A adolescente trans Renata Ferraz, de 16 anos, foi morta em Patos, na Paraíba, em abril de 2022 — Foto: Reprodução

O corpo da vítima, Renata Ferraz, foi encontrado em uma estrada na saída para cidade de São José de Espinharas, no Sertão paraibano, em estado de decomposição. O corpo dela foi reconhecido pelo pai.

Ela estava desaparecida desde o dia 17 de abril de 2022, e no dia 18, a família chegou a registrar o caso na Polícia Civil de Patos. O corpo foi encontrado no dia 19 de abril.

No dia 24 de abril de 2022, a Polícia Civil da Paraíba prendeu um dos suspeitos que teve participação ativa no crime. Flávio da Silva Ferreira foi condenado a 19 anos pela morte de Renata Ferraz. O outro suspeito, Geovane de Lima Galdino Silva, condenado na segunda-feira (3/6), ficou pouco mais de um ano foragido da Justiça.

O veículo em que a vítima foi levada foi encontrado e passou por perícia, e uma faca, que possivelmente foi usada na ação, também foi encontrada.

A suspeita é de que a motivação do crime teria sido porque a esposa de Geovane teria descoberto que ele tinha um caso com a vítima.

Os dois homens teriam encontrado Renata e ido para outro lugar, onde vítima e suspeito discutiram e a morte aconteceu. Para a Polícia Civil, o crime já estava premeditado apesar da discussão, porque o suspeito foi acompanhado e levou uma faca.

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