Humorista Léo Lins é condenado a indenizar mãe de criança autista

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Léo Lins. Foto: AgNews

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o humorista Léo Lins terá que indenizar a mãe de uma criança autista a quem enviou ofensas por mensagem direta no Instagram. O valor da indenização é de R$ 44 mil. As informações são do canal Splash, do UOL.

A decisão judicial ocorreu porque, em 2020, Aline Mineiro, então namorada de Lins, falou nos stories do Instagram que o humorista era “meio autista”. Adriana Gonzaga, autora da ação contra Léo, disse que mandou mensagem pedindo que ele recomendasse que Aline se retratasse, mas recebeu ofensas como resposta.

– Eu já tentei. Juro que falei pra ela responder todas as pessoas que estão indignadas como você. Aconselhei ela a mandar vocês enfiarem uma r*** gigantesca no c*. Um p*** bem veiúdo, mais vascularizado que seu cérebro (se bem que pra isso não precisa muito). A ideia era socar essa r*** até a cabeça sair na boca, empalando o corpo. Depois remover a p*****, (que aliás, estaria de máscara, pois não quero que pegue covid), remover cuidadosamente, o que deixaria um buraco cilíndrico, aí jogaria milho para o corpo se tornar um abrigo de pombas brancas da paz. Essa foi minha sugestão, mas ela achou absurdo. Prometo que vou seguir tentando – escreveu Léo Lins para Adriana.

Depois, o humorista e Aline publicaram um vídeo com um pedido de desculpa.

– Às pessoas que vieram educadamente, aos familiares de autistas, aos autistas, desculpa. Às pessoas que vieram com agressividade, os torturadores digitais, às pessoas que exigiram um pedido de desculpas para o seu ego, eu sugiro terapia – falou Léo.

A juíza Marcela Filus Coelho, que condenou o ator por danos morais, disse que ele “se valeu de agressão verbal”.

– A mensagem enviada por Aline já era agressiva e atingiu quem defende uma causa (e não provocou qualquer reação por parte do réu). Instado, então, pela autora a pedir a retratação da namorada, ao invés de refletir sobre o tema, reconhecer o erro e demonstrar que pode se sensibilizar por quem enfrenta dificuldade, o demandado se valeu de agressão verbal. Deve ser levado em conta que o réu, após ser criticado, ao invés de responder no mesmo tom, se valendo de argumentos científicos (ou mesmo culturais), optou por demonstrar que, ao ser contrariado, atua sem a razão e foge do debate, descambando para a violência e para a falta de limites. Com o seu comportamento, incentiva outras pessoas a agirem da mesma forma, ou seja, sem pensar, estimulando o desrespeito ao próximo – apontou a magistrada.

Coelho observou ainda que em “uma rápida busca na internet revela que ele [Léo Lins] é dado a agir contra quem é portador de enfermidades ou dificuldades”.

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