Igreja e editora de Malafaia devem R$ 4,6 milhões em impostos

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Malafaia e Bolsonaro. Foto: Reprodução

A igreja e a editora dirigidas pelo pastor Silas Malafaia possuem R$ 4,6 milhões em impostos inscritos como dívida ativa da União — desse valor, R$ 1,3 milhão está sendo parcelado. As cifras são quase o triplo do registrado em dezembro de 2018, quando somavam R$ 1,59 milhão, segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), obtidos pelo UOL por meio da Lei de Acesso à Informação.

As dívidas totais da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, da qual Malafaia é presidente, somam R$ 2,89 milhões. Elas se referem a imposto de renda e contribuições previdenciárias. Os mesmos tributos são cobrados da editora Central Gospel, que também possui R$ 26 mil em débitos da CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido). Em recuperação judicial desde 2019, a editora possui R$ 1,76 milhão em dívida ativa no total. O pastor é sócio-administrador da empresa; a outra sócia é a mulher dele, Elizete.

A CSLL foi tema de uma mudança na lei que pode criar um perdão bilionário em impostos de dívidas de igrejas, segundo dados da Receita Federal. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a bancada evangélica atuaram para modificar a legislação num movimento contrário às “absurdas multas” contra igrejas.

Malafaia disse ao UOL que pagou R$ 7 milhões em impostos desde 2018. Ele afirmou que parte dos débitos que possui é questionada na Justiça e na Receita, inclusive com base na nova lei que livrou igrejas da CSLL.

“Bolsonaro não aumentou tributo de igreja nenhuma. Não teve aumento de carga tributária para ninguém”, diz Silas Malafaia, pastor.

Aliado de Bolsonaro

Malafaia é um dos principais aliados do presidente da República. Em 2013, ele realizou o casamento religioso de Jair Bolsonaro e da primeira-dama Michelle de Paula.

Em 2019, o pastor pediu a demissão do então secretário da Receita Marcos Cintra porque ele cogitou tributar dízimos. “A palhaçada do secretário da Receita Federal deixando Bolsonaro de saia justa”, escreveu na descrição de um vídeo publicado por ele na internet. Cintra deixou o governo meses depois e foi substituído por José Tostes.

Em 2020, Tostes participou de reunião com Bolsonaro e o filho do missionário R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, para tratar dos débitos. A Igreja Internacional da Graça de Deus tem R$ 162 milhões em dívidas, como revelou o UOL.

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