Inglaterra tem 100 mil profissionais de saúde que recusam vacina

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Foto: King's College/Divulgação

Por Raphael Veleda

O Reino Unido está sendo fortemente afetado pelo avanço da variante Ômicron do coronavírus e tem batido recordes de novas infecções na história da pandemia neste início de 2022 – felizmente sem aumento proporcional no número de mortes.

Essa menor letalidade é explicada, em parte, pelo avanço da vacinação na população, mas o país insular europeu enfrenta um problema: cerca de 10% dos profissionais de saúde pública ainda recusam a vacinação, pouco mais de 100 mil pessoas. Além de estarem mais vulneráveis à infecção, eles poderão ser afastados do trabalho em breve.

O governo britânico anunciou, em dezembro passado, que passaria a tornar obrigatória a vacinação contra a Covid-19 para trabalhadores do sistema público de saúde do Reino Unido, o NHS. O prazo final para que os profissionais se imunizem é o próximo dia 1º de abril, mas, num país com oferta aberta de vacinas, a insistência desse contingente em não se vacinar é ideológica, não prática.

Essa resistência pode tirar do sistema de saúde parte importante da força de trabalho em um momento crítico. Chefe de um dos hospitais referência na resposta ao coronavírus no país, o do King’s College, de Londres, o médico Clive Kay contou para a rede BBC que pode perder mais de mil funcionários se não conseguir convencê-los a se vacinar. Apenas esse hospital aplicou mais de 250 mil doses de vacina contra a Covid, mas ainda não conseguiu imunizar toda a sua equipe.

Segundo o governo, há hospitais no interior onde a imunização não chegou a 80% da equipe. Kay disse ainda que se esforça para pedir aos resistentes que mudem de ideia e se vacinem.

“”Vacinas salvam vidas e eu quero que todo mundo, incluindo a equipe do King’s College, tome suas doses. “, disse ele em postagem nas redes sociais (veja abaixo).

O Reino Unido perdeu 150 mil cidadãos para a pandemia, o sétimo país do mundo com mais mortes. A média móvel de infecções diárias chegou ao recorde de 182 mil nessas primeiras semanas do ano.

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