Instagram anuncia conta para adolescentes com mais restrições e regulagem de algoritmo; saiba mais
O Instagram anunciou na terça-feira (17) uma opção de perfil com proteções automáticas e maior supervisão parental para usuários jovens. A chamada Conta de Adolescente deve chegar ao Brasil e ao restante da América Latina em janeiro de 2025, segundo a Meta.
Menores de idade serão incluídos de forma automática nessa modalidade, e pessoas com menos de 16 anos precisarão de permissão dos pais para flexibilizar as configurações.
A Meta exigirá comprovação de idade e afirma que está desenvolvendo tecnologias capazes de detectar usuários jovens mesmo quando a data de nascimento informada for a de um adulto. A idade mínima para utilizar as redes sociais da empresa é 13 anos.
As contas dessa modalidade serão privadas por padrão, e as mensagens estarão restritas apenas a seguidores e conexões existentes. Marcações e menções só poderão ser feitas por seguidores.
Adolescentes terão menos chances de encontrar conteúdo potencialmente prejudicial ou inadequado, segundo a Meta. A plataforma implementará configurações mais restritivas para conteúdo sensível, como peças que mostrem pessoas brigando ou que promovam procedimentos estéticos nas abas Explorar ou Reels.
A Meta também afirma que ativará versão mais restritiva da ferramenta de palavras ocultas, “filtro anti-bullying” da rede social, para que palavras e frases ofensivas sejam barradas dos comentários e solicitações de DMs (mensagens privadas diretas).
A Conta de Adolescente terá lembretes após 60 minutos de uso diário e um modo noturno, ativo entre 22h e 7h, que silencia notificações e envia mensagens automáticas nas DMs.
O comunicado da Meta diz que adolescentes terão acesso a um novo recurso, “feito especialmente para eles”, que permite selecionar os tópicos que mais desejam ver na aba Explorar e em suas recomendações.
Questionada, a empresa não explicou se o recurso para regular o algoritmo também estaria disponível para contas de adultos. O rival TikTok anunciou função semelhante a usuários dos EUA no início do mês.
A Meta também não especificou como seria a regulação de restrição para jovens cujos pais não têm contas em redes sociais ou não desejam participar do controle das contas dos filhos.
A Meta também apresentou novos recursos na já existente supervisão parental do Instagram. Pais terão acesso à visualização dos contatos dos últimos sete dias e à definição de limites diários de uso, poderão bloquear o acesso em horários específicos e verão quais tópicos os filhos acompanham na rede.
EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália receberão a atualização com a Conta de Adolescente nos próximos 60 dias. O prazo para a União Europeia é até o final do ano. A Meta afirmou que planeja estender a modalidade para o Threads, Facebook e Messenger a partir de 2025.
‘Conta de Adolescente’ no Instagram pode transferir o dever das big techs para os pais, dizem especialistas
A Conta de Adolescente lançada pelo Instagram na terça-feira (17) ajuda, mas não resolve por completo problemas enfrentados por jovens nas redes sociais.
Apesar de sinalizar resposta da Meta, dona da rede social, a cobranças por maior regulação nas plataformas, a iniciativa não pode jogar os pais responsabilidades das big techs, segundo especialistas consultados pelo jornal Folha de S.Paulo.
“As novas regras são bem-vindas, apesar de chegarem tarde. Não garantem, entretanto, todos os direitos de proteção que têm os adolescentes”, diz Kelli Angelini, advogada especializada em educação digital.
O Instagram anunciou que perfis de menores de 18 anos serão incluídos de forma automática em maiores restrições de conteúdo e mais regras de supervisão parental. A Meta exigirá comprovação de idade e maiores de 16 poderão flexibilizar configurações, mas somente com autorização dos responsáveis. A idade mínima para criar uma conta no Instagram é 13 anos.
Pais poderão ver contatos dos últimos sete dias, definir limites diários de uso e bloquear o acesso em horários específicos, além de monitorar quais tópicos os filhos acompanham na rede.
A empresa não deixou claro como seria a regulação da restrição para jovens cujos pais não têm contas em redes sociais ou entendimento o suficiente para geri-las. Também não explicou como coletaria e validaria dados de parentesco.
“É um avanço significativo. Considerar feedback dos que desejam ter mais controle sobre os filhos é importante, mas essa responsabilidade não pode ser só dos pais”, diz Juliana Cunha, diretora da Safernet.
Dados da TIC Kids Online Brasil 2023 mostram que 88% da população brasileira de 9 a 17 anos diz manter perfis em plataformas digitais. Entre 15 e 17 anos, o valor sobe para 99%. Somente 28% dos que têm de 9 a 17 anos têm pais, mães ou responsáveis que afirmam utilizar “filtros” ou configurações que restrinjam o contato com propaganda na rede.
“Temos um problema de letramento entre os pais no Brasil. Esses que vão adotar a ferramenta de supervisão representam parcela que nem sequer sabermos o tamanho, porque a empresa não divulga esses dados” afirma Cunha.
A Conta do Adolescente será privada por padrão, e as mensagens estarão restritas apenas a seguidores e conexões existentes.
A Meta afirmou que implementará configurações mais restritivas para conteúdo sensível a adolescentes, como vídeos que mostrem pessoas brigando ou que promovam procedimentos estéticos nas abas Explorar ou Reels.
“A empresa fala em menor exposição a conteúdos sensíveis, mas o que precisamos garantir é nenhuma exposição, como exige o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)”, afirma Angelini.
O comunicado da Meta também diz que adolescentes terão acesso a um novo recurso, “feito especialmente para eles”, que permite selecionar os tópicos que mais desejam ver na aba Explorar e em suas recomendações.
Questionada, a empresa não explicou se o recurso para regular o algoritmo também estaria disponível para contas de adultos. O rival TikTok anunciou função semelhante a usuários dos EUA no início do mês.
Para Gabriel Rossi, sociólogo e professor de comunicação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), a possibilidade de regulação do algoritmo é positiva de modo geral para usuários, mas esbarra em especificidades da fase de desenvolvimento pela qual passam os adolescentes.
“De um lado, as coisas ficam mais fáceis e confortáveis. Por outro, a pessoa acaba recebendo só conteúdos que gosta e não se abre ao novo e ao contraditório. Vai se alimentando um viés de confirmação no jovem em formação”, afirma.
“A forma que o jovem consome mídia define os valores dele por toda vida. Isso constrói a cultura de uma geração”, diz.
Selecionar conteúdos preferidos é só uma das coisas que podem ser feitas para melhorar a relação entre usuários e algoritmo, de acordo com Cunha, da Safernet. A especialista defende mais transparência e ação por parte das big techs no bloqueio de conteúdo nocivo em toda a plataforma.
“O adolescente ainda não é um sujeito completamente aparelhado para fazer essas escolhas e o feed dele é só uma parte do algoritmo”, afirma.
@folha O MPF (Ministério Público Federal) processou a Meta, na terça-feira (16), pelo compartilhamento de dados do WhatsApp com outras plataformas da empresa —incluindo o Facebook e o Instagram. As informações dos usuários podem ser usadas em anúncios, por exemplo. A ação civil pública (ACP) pede uma indenização de R$ 1,7 bilhão. Trata-se de um valor sem precedentes no tema de direitos digitais no país. A política de privacidade do WhatsApp também diz que a empresa pode enviar os dados para o centro de processamento da Meta nos Estados Unidos. Para quem não concorda com essa política de privacidade, é possível se opor ao tratamento e limitar o compartilhamento de dados somente ao necessário. 📲Leia mais na Folha: folha.com/tec 🎦 Pedro S. Teixeira #whatsapp #meta #facebook #instagram #privacidade #mpf #ministeriopublicofederal #processo #multa #indenizaçao #politicadeprivacidade #direitosdigitais #tecnologia #tec #folhadespaulo #fsp #fy #fyp #noticias #noticiastiktok #tiktknoticias #jornalismo