Jerominho: quem é o ex-vereador e fundador de milícia executado no RJ
Por Maria Fernanda Firpo
Rio de Janeiro – Executado a tiros na quinta-feira (4/8), o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, conhecido por seus eleitores como Jerominho, é apontado como um dos fundadores da milícia na cidade do Rio. Ao lado do irmão Natalino Guimarães, ele criou o grupo batizado de Liga da Justiça, que estabeleceu o domínio de milicianos (inicialmente) no bairro de Campo Grande, na zona oeste carioca.
Jerominho ficou preso por 11 anos, entre 2007 e 2018. E, antes da longa passagem por penitenciárias, ele estabeleceu uma influência política na região sob seu domínio. Acabou eleito vereador por dois mandatos, entre 2000 e 2008.
Nas campanhas, seu nome costumava ser associado ao símbolo do personagem Batman. E no contexto daquela época na zona oeste, todos os moradores sabiam que o morcego era uma referência aos milicianos da Liga da Justiça.
Jerominho seguia pela Estrada de Guandu do Sapé, em Campo Grande, quando foi supreendido por dois homens armados com fuzis. Ele estava ao lado de seu cunhado no momento do ataque.
O cunhado foi internado no Hospital Rocha Faria e permanece em um quadro estável. Jerominho chegou a ser resgatado com vida, mas morreu ao chegar em um hospital privado da região.
Apoio da família
Na década de 70, os irmãos eram policiais civis. Natalino Guimarães também seguiu carreira política e se elegeu deputado estadual. Também acabou preso em 2008 sendo acusado por suas ligações com a milícia.
Mesmo na cadeia, Jerominho ajudou a eleger sua filha como vereadora em 2009. Carmen Gloria Guimaraes Teixeira, conhecida como Carminha Jerominho.
Operação em 2020
No final de 2020, a Polícia Federal realizou uma operação que teve a família de Jerominho como alvo. Durante a ação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em residências, comitês de campanhas e empresas ligadas a lavagem de dinheiro relacionados a crimes eleitorais na Zona Oeste do Rio.
Segundo o Ministério Público (MP), a organização extorquia moradores e comerciantes da região. Aqueles que se recusavam a pagar eram vítimas de violências ou assassinados.
Em janeiro de 2022, Jerominho foi preso novamente pelo crime de extorsão e a mão armada contra motorista de van. Logo depois, acabou liberado pela Justiça.