João Guilherme, filho de Faustão, busca apoio em Brasília para mudar lei de doações de órgãos
por Lyncon Pradella
João Guilherme Silva, filho do apresentador Fausto Silva, foi na terça-feira (12) à Brasília para conversar com congressistas sobre a legislação de doação de órgãos no Brasil.
“Acabamos de pousar em Brasília. Viemos por uma causa muito bacana, sobre a doação de órgãos. Viemos aqui tentar mudar essa legislação, falar com os deputados, senadores, para ver se conseguimos mudar a legislação para a doação presumida”, explicou.
“Ou seja, todo mundo é doador [no caso de doação presumida], até que a pessoa decida não querer ser mais e se pronunciar. Vamos tentar mudar a história do Brasil e que todas as pessoas que estão na fila hoje consigam um órgão mais rápido”, finalizou.
A militância do jovem apresentador pela causa cresceu após Faustão entrar na fila de transplante do SUS à espera de um coração. Ele e sua mãe, Luciana Cardoso, criaram uma página chamada “Faustão do meu Coração” para compartilhar histórias sobre doação de órgãos.
Faustão recebeu alta do Hospital Israelita Albert Einstein na manhã do último domingo (10) após duas semanas de ter passado por um transplante de coração após ser diagnosticado com quadro de insuficiência cardíaca. Ele estava internado na capital paulista desde o dia 5 de agosto. Com o agravamento do quadro, quinze dias depois, o apresentador foi colocado na lista por um novo coração.
O apresentador agradeceu depois de passar pelo procedimento cirúrgico. “Não sinto nada, nenhuma dor. Estou completa recuperado”, disse na ocasião. Durante o relato, Faustão se emocionou e agradeceu à família do doador do órgão, um homem de 35 anos chamado Fábio, que, segundo o apresentador, era atleta, surfista e jogador de futebol.
Como funciona a fila de transplantes?
No Brasil, todos os transplantes de órgãos respeitam o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), sejam eles custeados pelo SUS, por planos de saúde ou pagos pelo paciente.
Segundo o cardiologista Lázaro Miranda, o paciente só entra na lista após ter seu estado de saúde avaliado pela equipe médica. Se ele e a família concordarem, o médico pode inseri-lo no SNT.
Cada estado ou região organiza a sua própria lista e todas são monitoradas pelo sistema e outros órgãos de controle federais. A fiscalização é feita para que nenhuma pessoa conste em duas listas diferentes e que nenhuma norma legal seja desrespeitada.
A fila funciona por ordem cronológica de inscrição, mas é balizada por outros fatores, como gravidade e compatibilidade sanguínea e genética entre doador e receptor.
*Com informações de Fernanda Pinotti, em São Paulo