Jogador que assassinou seis pessoas sofria de doença cerebral

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Phillip Adams matou seis pessoas e depois cometeu suicídio. Foto: Instagram

Uma autópsia revelou que o ex-jogador de futebol americano Phillip Adams que, segundo a polícia, matou seis pessoas a tiros em abril, sofria de uma doença cerebral degenerativa.

O esportista, ex-NFL, tirou a própria vida depois dos assassinatos, em um impasse com a polícia na Carolina do Sul. A encefalopatia traumática crônica, conhecida como ETC, está ligada a traumas repetidos na cabeça e é comum em atletas de futebol americano e boxe.

A doença, também chamada de demência pugilística, causa alterações no comportamento e nas funções mentais, o que pode explicar a conduta do ex-jogador.

O cérebro de Adams foi analisado pelo médico Ann McKee, que informou que havia indícios de que ele estava desenvolvendo problemas comportamentais e cognitivos.

— Não acho que ele tenha estourado. Parecia ser uma deficiência progressiva cumulativa. Ele estava ficando cada vez mais paranóico, tinha cada vez mais dificuldades com sua memória e, muito provavelmente, apresentava comportamentos cada vez mais impulsivos. (…) Pode não ter sido reconhecido, mas duvido que tenha sido inteiramente inesperado — disse o profissional de saúde.

O médico, que dirige o CTE Center da Universidade de Boston, disse que dos 24 jogadores da NFL diagnosticados com a doença após morrerem na casa dos 20 e 30 anos, a maioria estava no estágio 2, como Adams. A doença apresenta quatro estágios, sendo o Estágio 4 o mais grave e geralmente associado à demência.

O segundo estágio está associado a anormalidades cognitivas e comportamentais progressivas, como agressão, impulsividade, explosividade, depressão, paranóia, ansiedade, função executiva deficiente e perda de memória, disse McKee.

Mas o diagnóstico de CTE de Adams era diferente do de outros jogadores jovens porque era “incomumente grave” em ambos os lobos frontais, disse ele.

Relembre o caso
As autoridades dizem que Phillips matou o médico Robert Lesslie, sua esposa e dois de seus netos, junto com dois homens que trabalhavam na casa de Dr. Lesslie.

Alonzo Adams, pai do ex-jogador, disse em entrevista à agência Reuters que a carreira do filho “mexeu com a cabeça dele”. Ele disse ainda que Lesslie era seu médico pessoal.

Na época, a irmã do cornerback, Lauren, disse em entrevista ao jornal USA Today que ele tinha doenças mentais.

— A saúde mental dele se degradou rápida e terrivelmente. Houve um comportamento incomum. Eu não vou entrar em tudo isso (sintomas). Definitivamente, notamos sinais de doença mental extremamente preocupantes, como nunca havíamos visto antes — comentou a familiar.

Como jogador profissional de futebol americano, ele jogou em 78 jogos da NFL para seis times diferentes, incluindo o San Francisco 49ers e o New York Jets. Ele começou a praticar o esporte aos sete anos e se aposentou da NFL em 2016.

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