Juiz dos EUA determina que Meta enfrente ação sobre incentivo ao vício de jovens em redes sociais

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Instagram

Um juiz determinou que a Meta enfrente uma ação judicial movida pelo estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, que alega que a empresa adicionou propositalmente ao Instagram recursos para viciar usuários jovens da rede social e enganou o público sobre os perigos que a plataforma representa à saúde mental de adolescentes.

O juiz do Tribunal Superior do Condado de Suffolk, Peter Krupp, em Boston, em uma decisão tornada pública na sexta-feira (18), rejeitou o pedido da Meta para que fossem arquivadas as acusações da procuradora-geral de Massachusetts Andrea Joy Campbell sobre a empresa violar a lei estadual de proteção ao consumidor e gerar incômodo público.

A Meta e um porta-voz de Campbell não comentaram de imediato. A Meta tem negado cometer irregularidades, dizendo que desenvolveu várias ferramentas para apoiar pais e adolescentes que utilizam o Instagram.

A decisão ocorreu poucos dias após um juiz federal da Califórnia ter rejeitado um pedido da controladora do Facebook e do Instagram para descartar processos de mais de 30 estados que a acusam de agravar problemas de saúde mental entre adolescentes ao tornar suas redes sociais viciantes.

Massachusetts foi um dos poucos estados norte-americanos a apresentar reivindicações separadas na justiça estadual, em vez da esfera federal, ao entrar com a ação em outubro de 2023.

O processo alega que os recursos do Instagram, como as notificações, “curtidas” de usuários em publicações e a rolagem infinita, foram desenhados para lucrar em cima das vulnerabilidades psicológicas dos adolescentes.

O estado afirma que dados internos mostraram que a plataforma estava causando dependência e prejudicando as crianças, e que ainda assim altos executivos da companhia ignoraram as mudanças que sua pesquisa sugeriu que poderiam melhorar o bem-estar dos adolescentes.

A decisão também ocorre na esteira de investigações similares envolvendo outra plataforma, o TikTok. No início de outubro, quatorze estados americanos apresentaram ações judiciais acusando-a de criar um software intencionalmente viciante —projetado para manter as crianças engajadas com a plataforma o máximo de tempo possível—, e de deturpar a eficácia da sua moderação de conteúdo.

Funções como filtros de beleza, rolagem infinita de vídeos, reprodução automática e “curtidas” foram citadas no processo contra o app da chinesa ByteDance. O TikTok classificou as alegações como imprecisas e enganosas.

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