Liberdade de expressão ‘não é plena’ e pode ser ‘modulada’, diz Paulo Gonet
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Vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet. foto: tse
Por Kevin Lima
O subprocurador Paulo Gonet, indicado por Lula para o cargo de procurador-geral da República, afirmou na quarta-feira (13) que a liberdade de expressão “não é plena” e pode ser “modulada” em determinadas situações.
Gonet deu a declaração durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Questionado sobre o tema por um senador da oposição, Gonet disse que nenhuma liberdade é “absoluta” e precisa ser conciliada com outros valores constitucionais.
“O Ministério Público sempre vai procurar preservar todos os direitos fundamentais e todas as liberdades, mas nós sabemos que os direitos fundamentais muitas vezes entram em atrito com outros valores constitucionais. E aí eles precisam ser ponderados, para saber qual que vai ser o predominante em uma determinada situação”, afirmou o indicado.
“A liberdade de expressão, portanto, não é plena. E a liberdade de expressão pode e deve ser modulada de acordo com as circunstâncias”, completou Paulo Gonet.
Indagado pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), o subprocurador evitou tecer comentários sobre o chamado inquérito das fake news, em tramitação no STF, que apura “notícias fraudulentas”, ofensas e ameaças que “atingem a honorabilidade e a segurança” da Corte, de seus membros e de familiares.
Gonet disse que não conhecia a totalidade do inquérito, uma vez que parte dele está em segredo de justiça.
“Não me caberia buscar conhecer esse inquérito antes de merecer a confiança de vossas excelências [os senadores] e ser nomeado pelo presidente para o cargo [de PGR]. Portanto, eu lamento, mas não tenho informações que me permitam uma abordagem não-leviana, construtiva sobre o assunto”, explicou.
Rogério Marinho insistiu no questionamento sobre o inquérito das fake news, mas Gonet voltou a dizer que não poderia tecer comentários sobre a investigação, porque não a conhecia “na sua inteireza”.