Lista de assuntos que Biden tratará com Bolsonaro em cúpula será ‘longa’, diz conselheiro dos EUA

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Joe Biden. Foto: Reprodução

O diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional para o Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Juan Gonzalez, afirmou nesta quarta-feira (1º) que os presidentes Jair Bolsonaro e Joe Biden terão uma “lista longa” de assuntos a serem discutidos durante a Cúpula das Américas.

Em entrevista coletiva por telefone a partir de Miami, Gonzalez mencionou como possíveis assuntos insegurança alimentar, resposta econômica à pandemia, saúde, segurança sanitária e mudanças climáticas. “São áreas em que o Brasil desempenha papel muito importante”, disse.

A Cúpula das Américas, que reúne líderes de todo o continente americano para discutir o fortalecimento da democracia na região, acontecerá entre os dias 6 e 10 de junho, em Los Angeles.

Na semana passada, Bolsonaro confirmou participação. Ele e Biden ainda não tiveram uma reunião bilateral, prevista para o período da cúpula. Mas nem o Ministério das Relações Exteriores nem o representante norte-americano informaram em que data ocorrerá o encontro.

Bolsonaro tem uma relação distante com Biden. Na eleição norte-americana de 2020, ele declarou apoio ao então presidente Donald Trump, derrotado por Biden na tentativa de se reeleger. Bolsonaro chegou a afirmar que houve fraude na eleição dos Estados Unidos.

Segundo Juan Gonzalez, Biden usará a cúpula como uma oportunidade para conhecer os líderes dos países e “avançar em objetivos comuns”, como prosperidade econômica, mudanças climáticas, crise migratória e pandemia da covid-19.

O presidente norte-americano espera anunciar, durante a cúpula, ações para promover os sistemas de saúde e sanitário a fim de preparar a região para futuras pandemias, parcerias energéticas e de combate às mudanças climáticas e propostas para combater a crise migratória no continente.

Bolsonaro aceita convite de Biden para Cúpula das Américas (veja vídeo clicando aqui)

Eleições brasileiras

 

O conselheiro do governo americano reiterou que os EUA têm confiança nas instituições responsáveis pelo funcionamento do sistema eleitoral brasileiro. Gonzalez ressalvou, no entanto, que a decisão cabe aos brasileiros.

O processo eleitoral brasileiro tem sido tema recorrente de representantes da diplomacia dos Estados Unidos.

No mês passado, a indicada de Biden para ocupar a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley, e a subsecretária de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland, fizeram manifestações semelhantes.

Bagley falou do assunto em sabatina no Congresso dos EUA, ao responder a questionamento do presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, Robert Menendez. Ele quis saber o que a embaixadora poderia fazer para que as eleições brasileiras ocorram com integridade, a despeito dos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral.

“O Brasil é uma democracia. Eles têm instituições democráticas, têm um sistema eleitoral democrático, um Judiciário e um Legislativo independentes. Têm liberdade de expressão, assembleias. Eles têm todas as instituições democráticas que precisam para promover eleições livres e justas”, respondeu.

Outra representante do governo americano a demonstrar preocupação com os ataques ao sistema eleitoral foi a subsecretária de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland. Em entrevista à BBC News Brasil, ela disse ter alertado representantes do governo brasileiro sobre o risco de interferência russa nas eleições deste ano.

“Queremos eleições livres e justas em países ao redor do mundo e, particularmente, nas democracias. Julgamos a legitimidade daqueles que se dizem eleitos com base em se a eleição foi livre e justa e se os observadores, internos e externos, concordam com isso. Então, queremos ver, para o povo brasileiro, eleições livres e justas no Brasil”, disse.

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