Lula afirma que Israel ‘segue sabotando’ paz e cessar-fogo no Oriente Médio: ‘Não podemos nos calar’

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: 20/03/2023REUTERS/Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou no domingo (14), nas redes sociais, que Israel “segue sabotando o processo de paz e o cessar-fogo no Oriente Médio”.

A fala ocorreu após um ataque israelense contra o campo de refugiados al-Mawasi, em Khan Younis, no sul de Gaza, deixou pelo menos 90 mortos e mais de 300 feridos, informou o Ministério da Saúde de Gaza neste sábado. A região havia sido designada por Israel em maio como uma zona humanitária.

As Forças Armadas israelenses confirmaram que ação tinha como alvo o líder da ala militar do Hamas, Mohammad Deif, e Rafa Salameh, “mentores do massacre de 7 de outubro”, que desencadeou a guerra em Gaza. O Hamas, por sua vez, emitiu um comunicado afirmando que as alegações são “falsas”, e, horas depois, Israel disse “não tem certeza” se a ação foi bem sucedida.

“O governo de Israel segue sabotando o processo de paz e o cessar-fogo no Oriente Médio. O mais recente bombardeio promovido na Faixa de Gaza vitimando centenas de inocentes é inadmissível. Agora com mais de 90 vítimas fatais e quase 300 feridos em tendas que abrigavam crianças, idosos, mulheres”, disse Lula nas redes sociais.

O presidente afirmou que há uma punição coletiva aos palestinos e disse que líderes políticos não podem se calar.

“É estarrecedor que continuem punindo coletivamente o povo palestino. Já são dezenas de milhares de mortos em seguidos ataques desde o ano passado, muitos deles em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas. Nós, líderes políticos do mundo democrático, não podemos nos calar diante desse massacre interminável”, seguiu o presidente.

Lula ainda defendeu que o cessar-fogo na região precisa ser prioridade na agenda mundial.

“O cessar-fogo e a paz na região precisam ser prioridades na agenda internacional. Todos os nossos esforços devem estar centrados na garantia da libertação dos reféns israelenses e no fim dos ataques à Faixa de Gaza”, finalizou.

Uma fonte de segurança israelense disse que “a operação foi aprovada na noite passada (sexta-feira)” depois que a inteligência sugeriu que Deif estaria presente e “não havia reféns com ele”.

Em uma declaração, o Hamas rejeitou as alegações de que líderes do grupo estariam no campo de refugiados, afirmando que “são meramente uma maneira de encobrir a grande escala do horrível massacre” cometido contra “uma área que está lotada com mais de 80 mil pessoas deslocadas.”

As mortes foram criticadas por governos regionais, incluindo Jordânia, Irã e Egito. O Ministério das Relações Exteriores do Cairo afirmou que tais “crimes… não podem ser aceitos sob nenhuma justificativa”.

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