Lula, aos 79 anos, diz que governança não se resolve com juventude
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu jornalistas para café da manhã no Palácio do Planalto na terça (23) - Gabriela Biló /Folhapress
O presidente Lula (PT) rebateu a visão de que pode estar com uma idade muito avançada para disputar a reeleição em 2026, afirmando que mantém boa saúde e condição física. E indicou que o principal é ter competência e não ser ser jovem.
“Governar não é jogar futebol, governar não é praticar esportes. Ou seja, não é o problema da juventude que vai resolver o problema da governança. O que vai resolver o problema da governança é a competência do governante, é o compromisso do governante, é a cabeça do governante, é a saúde e os compromissos do governante”, afirmou o presidente da República.
As declarações foram dadas em entrevista à CNN Internacional. A íntegra da entrevista foi ao ar na sexta-feira (8).
Lula completou 79 anos de idade no mês passado. Durante a entrevista, ele foi questionado por que se coloca como candidato à reeleição daqui a dois anos, apesar de sua idade atual, em vez de abrir mão para uma nova geração.
O presidente então rebateu essa visão. Repetiu sua fala rotineira de que pretende viver até 120 anos e que cuida da sua saúde física, faz exercícios. Disse então que não é candidato à reeleição e que o pleito de 2026 será discutido apenas em dois anos.
“Veja, eu não disse que sou candidato à reeleição em 2026. Em 2026, eu tenho o compromisso de entregar esse país com a economia equilibrada, com o crescimento econômico, com geração de emprego, com menos gente analfabeta. É isso que eu quero entregar para esse país. As pessoas tomando café, almoçando e jantando todos os dias, com acesso à medicina dos especialistas”, afirmou.
“Ora, 2026 eu vou deixar para pensar em 2026. Tem vários partidos que me apoiam, eu vou discutir isso com muita sobriedade, com muita seriedade”, completou.
Lula então repetiu falas anteriores, afirmando que apenas será candidato se ele e seus aliados avaliarem que ele é o único nome para derrotar um eventual candidato da extrema-direita. No entanto, disse que espera “que não seja necessário”.
“Então, se chegar na hora, os partidos entenderem que não tem outro candidato para enfrentar uma pessoa de extrema-direita, que seja negacionista, que não acredite na medicina, que não acredite na ciência, obviamente que eu estarei pronto para enfrentar. Mas eu espero que não seja necessário. Eu espero que a gente tenha outros candidatos e que a gente possa fazer uma grande renovação política no país e no mundo”, afirmou o presidente.
Lula vem repetindo ao longo de seu mandato que está bem de saúde e preparado para arcar com todos os desafios da presidência da República. Repete em diversos momentos que está com um “tesão de jovem”.
A questão da idade foi um fator central na discussão no início das eleições norte-americanas, que pesou contra a candidatura do democrata Joe Biden, de 81 anos. Ele acabou saindo da corrida presidencial e foi substituído por Kamala Harris.
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