Lula diz que está fazendo ‘pente-fino’ em benefícios sociais: ‘Se houver gente recebendo sem direito será cortado’

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Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na quinta-feira (27) que o governo trabalha em um ‘pente-fino’ de cadastros de benefícios para reduzir os gastos, de modo a excluir quem está recebendo o benefício, mas não tem o direito.

— Por mais que a gente queira fazer política social, por mais que queira fazer benefício, você não pode jogar dinheiro fora. Só vai receber benefício quem tem direito. Estamos fazendo um estudo profundo em todos os ministérios, a operação pente-fino (…) Se tiver gente recebendo sem o direito, será cortado — disse Lula em entrevista à rádio Itatiaia, em Belo Horizonte.

O governo prevê economizar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões com a revisão de cadastros de benefícios no ano que vem. Os recursos são necessários para alcançar a meta fiscal de 2025, que prevê resultado zero, e já devem constar do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), a ser enviado ao Congresso até 31 de agosto.

— Sempre tem lugar para cortar. (…) Se o pobre tiver direito, não vai perder o benefício. Fazer ajuste em cima dos pobres não vale na minha vida — declarou o presidente.

Lula desembarcou em Minas Gerais na tarde de quinta-feira (27) para dois dias de compromissos no estado com passagens por Belo Horizonte, Contagem, na Região Metropolitana da capital, e Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Em entrevistas nos últimos dias, Lula criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a manutenção da taxa básica de juros em 10,5% ao ano. Se for mantida, a taxa atual vai interromper uma sequência de redução nos juros iniciada em agosto de 2023.

No último dia 18, Lula afirmou que o comportamento da instituição é a única coisa “desajustada” na economia do país. E comparou Campos Neto ao ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR), que foi o responsável por condená-lo na Lava-Jato. Segundo o petista, Campos Neto tem “lado político” e não demonstra “capacidade de autonomia”.

Na terça-feira, 25, Lula recebeu no Palácio do Planalto o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, favorito para assumir a presidência do BC a partir do próximo ano. Um dia depois, elogiou Galípolo em entrevista.

No encontro no Planalto, que também contou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o chefe do Executivo deu aval para que a meta de inflação seja alterada com um novo prazo de referência.

O ano-calendário, que vigora atualmente, será substituído pela meta contínua, em que vai se analisando continuamente se a inflação está dentro do parâmetro definido.

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