Lula diz que juro do consignado é “roubo” e que vai rever taxas

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Lula. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na 3ª feira (27.jun.2023) estar “indignado” com as atuais taxas cobradas no crédito consignado. Também afirmou que conversará com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com presidentes de bancos para reduzir os juros cobrados na modalidade de empréstimo.

“Vou conversar com Haddad, com presidentes dos bancos para saber como a gente está lesando o povo pobre nisso. Estamos dando como garantia a folha de pagamento e ainda está pagando mais caro do que os empresários pelo empréstimo. […] É muito caro, é um roubo”, disse Lula em entrevista no seu programa on-line semanal “Conversa com o presidente”. Ele foi entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa. Foi a 3ª exibição da live.

Segundo o presidente, o trabalhador não tem como “dar cano” porque as parcelas do empréstimo consignado são descontadas diretamente na folha de pagamento ou de um benefício. Nesta modalidade, o empréstimo é dado a quem tem emprego garantido ou é beneficiário de programa social.

Em março, o governo federal definiu que o teto de juros para beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é de 1,97%. Também definiu que o limite de juros para o cartão de crédito é de 2,89%.

“O que me deixa indignado é o seguinte: o crédito consignado é dado para quem tem emprego garantido, que é descontado no salário. Portanto não tem como perder, é 1,97%. E 1,97% vezes 1,97%, juros sobre juros dá quase 30% ao mês. Como o cara que ganha R$ 2 mil, que pega R$ 1 mil no crédito consignado para pagar 30% ao mês e eu estou emprestando dinheiro aos grandes a 10%. O deles é caro, quero deixar isso claro, mas isso aqui é triplamente caro”, disse Lula.

O presidente abordou o tema ao confirmar que o Plano Safra de 2023/2024 será de R$ 364,22 bilhões e que o juro médio do programa será de 10% ao ano. Lula também voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem chamou de “esse cidadão”, ao culpá-lo pelas taxas que serão cobradas no plano voltado para o agronegócio.

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