Lula e Biden querem novas regras trabalhistas e sindicatos fortes

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Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Joe Biden. foto: reprodução

por Ana Flávia Castro e Raphael Veleda

Em um encontro bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Joe Biden, governos do Brasil e dos Estados Unidos lançaram, na quarta-feira (20/9), um pacto em defesa de melhores condições de trabalho. A iniciativa prevê estimular empregos, melhorar salários e proteger trabalhadores, especialmente os que atuam nas plataformas digitais.

“Cada vez mais os trabalhadores trabalham mais e ganham menos. A gente precisa começar a apresentar uma proposta, que comece a ser discutida, e ir até o G20. É muito importante para o Brasil, importante para os EUA, para o mundo”, afirmou Lula.

Os dois governos avaliaram que a precarização do trabalho está em crescimento no mundo. A parceria envolverá sindicatos do Brasil e dos EUA, além da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Há planos de incluir outros países nesse debate do G20, tornando global uma iniciativa que ainda é bilateral.

“Este encontro é um convite para todos os líderes globais e organizações de trabalhadores, para que se unam a nós para aproveitar as melhorias que estão por vir. Se juntem a nós e se comprometam a um futuro melhor para os trabalhadores do mundo inteiro, para que possam ser tratados com dignidade”, disse ainda o presidente norte-americano, que prometeu lutar também contra a discriminação nos locais de trabalho.

Veja aqui a íntegra da declaração conjunta entre Brasil e Estados Unidos.

Contexto

Lula chegou aos Estados Unidos em meio a uma greve, uma das maiores enfrentadas pelos americanos em décadas. Uma parte dos trabalhadores da indústria metalúrgica nos EUA tem paralisado suas atividades, desde a última sexta-feira (15/9), exigindo reajustes salariais e outras garantias de trabalho.

O sindicato que representa esses trabalhadores tem liderado a greve e feito críticas ao presidente americano. Os trabalhadores da categoria acreditam que Biden não considerou o impacto de sua política de transição energética, que considera o uso de carros elétricos, dentro das montadoras.

Cenário brasileiro

No Brasil, sindicatos e empresas de serviços por aplicativos enfrentam dificuldades para a regulamentação do setor. Lula destacou essa questão na terça-feira (19), durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os membros do grupo criado pelo Ministério do Trabalho para lidar com o assunto já veem como improvável a possibilidade de um acordo para formalizar entregadores e motoristas, bem como garantir benefícios como vale-refeição e seguro contra acidentes.

O governo espera que pontos de consenso sobre o tema sejam incluídos em um Projeto de Lei (PL) que deve ser concluído em outubro. Uma das propostas já apresentadas é a fixação de um valor mínimo por hora trabalhada: R$ 30 para motoristas e R$ 17 para entregadores.

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