Lula elogia Exército em meio a cerco do STF a militares golpistas

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participa da cerimônia de lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no centro da cidade, em 11 de agosto de 2023. Foto: Estadão

por Mônica Bergamo

O cerco aos militares do governo de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a proximidade do dia 31 de março, o aniversário do golpe militar de 1964, levaram o presidente Lula a fazer um contraponto para apaziguar as Forças Armadas.

O presidente intensificou elogios ao atual comando das Forças, nomeado por ele.

Lula tem dito a apoiadores e a autoridades de Brasília que todos os comandantes, mas especialmente o comandante do Exército, Tomás Ribeiro Paiva, têm sido exemplares em seu legalismo e apego à democracia.

O petista não tem economizado palavras e diz que Ribeiro Paiva é um militar “excepcional”.

Ao mesmo tempo, Lula reforçou internamente no governo que não pretende admitir nem a celebração do golpe de 1964 pelos comandos militares, como vinha ocorrendo no governo de Jair Bolsonaro, nem atos que relembrem as torturas e os desaparecimentos do período.

Como no ano passado, não serão lidas mensagens em guarnições militares para relembrar o evento. E o Ministério dos Direitos Humanos, por seu lado, cancelou um ato que faria em memória dos desaparecidos no dia 31, no Museu da República, em Brasília.

Os gestos de Lula têm sido entendidos de diferentes formas pelas autoridades que conversam com o presidente.

Algumas delas dizem que o presidente está coberto de razão em tentar fazer um contraponto ao STF para apaziguar os ânimos entre os militares.

Há autoridades, no entanto, que temem que o presidente esteja sendo excessivamente cauteloso, a ponto de tentar impedir que haja punição exemplar aos ex-comandantes envolvidos em tentativa de golpe militar.

A postura dele, no entanto, ainda não reverberou no Supremo Tribunal Federal. Magistrados seguem convictos de que criminosos que atentaram contra a democracia devem ser condenados de forma exemplar, cumprindo suas penas dentro da prisão.

 

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