Lula encomendou ‘redesenho’ dos gastos públicos sem ‘prejudicar população mais pobre’, diz Haddad

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O presidente Lula e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) em reunião do G-20 - Adriano Machado - 13.dez.2023/Reuters

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quinta-feira (27) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encomendou a ele um “redesenho” de gastos públicos, com revisão de renúncias fiscais, sem prejudicar a população mais pobre.

O ministro deu as declarações durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, no Palácio do Planalto. O colegiado assessora o governo na formulação de políticas públicas.

A fala de Haddad ocorre em um momento em que o governo é pressionado a cortar gastos e equilibrar as contas públicas. Segundo o ministro, Lula “nunca desautorizou” a equipe econômica a buscar o equilíbrio fiscal.

“[Busca] também pelo redesenho das políticas públicas que está encomendado pelo presidente Lula que vai ter a sabedoria de saber o que fazer e o que não fazer para não prejudicar a população mais pobre deste país”, afirmou Haddad.

“Temos que proteger a nossa economia e a forma é acelerar a agenda de reformas econômicas, macroeconômicas e microeconômicas no Congresso, acelerar o redesenho de políticas públicas, buscar equilíbrio fiscal, sim, pelo lado da receita e da despesa, não há outra forma de fazê-lo, com sabedoria, com inteligência para que não coloquemos em risco o crescimento que ajuda a estabilizar a relação dívida-PIB”, completou.

Inflação e crescimento da economia

Também no discurso no Palácio do Planalto, Haddad disse que projeta uma inflação média abaixo de 4% ao final do terceiro mandato de Lula, e o crescimento médio de cerca de 3% ao ano.

“Inflação média abaixo de 4%, porque nossa meta é chegar a 3% já ano que vem, mas é perfeitamente possível que a média de seu mandato esteja baixo de 4%, com crescimento médio beirando os 3%”, estimou Haddad.

Para o ministro da Fazenda, quem critica a postura de Lula em relação à inflação “não está prestando atenção” aos dados oficiais divulgados pelo governo.

“É a menor inflação média de todos os mandatos desde que regime de metas de inflação foi criado no Brasil. Portanto, aqueles que acusam o senhor de não estar prestando atenção na inflação, não estão prestando atenção nos dados que estamos divulgando pelo IBGE, que estamos convergindo para a meta, que é uma meta exigente, e que foi ontem reafirmada pelo seu governo”, completou.

Reforma tributária

Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Haddad pediu aos empresários presentes que usem de suas influências junto a deputados e senadores para que o Congresso aprove a regulamentação da reforma tributária nas próximas semanas.

Para o ministro, o texto deve ser aprovado sem novas excepcionalidades que podem fazer com que a alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) suba.

“Eu peço encarecidamente a este Conselho que use de sua influência positiva sobre o Congresso Nacional para que a regulamentação a ser aprovada daqui a 15 dias tenha a mesma qualidade da emenda constitucional, evitando excepcionalidades que fariam a alíquota padrão do imposto sobre consumo subir e não cair como é o nosso desejo, pelo combate à sonegação e pela justiça tributária”, afirmou.

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