Lula na COP27: “Vamos pegar o país pior do que nós pegamos em 2003”

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Lula. Foto: Mohamed Abdel Hamid/Anadolu Agency via Getty Images

Por Tácio Lorran

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou, na quinta-feira (17/11), que herdará um país pior do que pegou em 2003, em seu primeiro mandato como chefe do Executivo brasileiro.

“Nós temos uma tarefa muito delicada. Vamos pegar o país pior do que nós pegamos em 2003. Vamos pegar o país com uma coisa mais grave: a tentativa do desmonte e do descrédito das instituições”, disse, em evento com a sociedade civil brasileira na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), em Sharm El-Sheikh, no Egito.

Lula ainda criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL), ao declarar que, em quatro anos, o presidente “derrotado” não fez encontros com a sociedade civil, mas ofendeu mulheres, periferias, negros, quilombolas e pessoas com deficiência. “Ele tentou fazer o que pôde para ofender e tentar desmoralizar”, avaliou o petista.

Antes de falar, Lula ouviu representantes da sociedade civil, na seguinte ordem: Cíntya Feitosa, do Instituto Clima e Sociedade (ICS) e coordenadora do Brazil Climate Action Hub; Márcio Astrini, do Observatório do Clima; Thuane Nascimento, do Perifa Connection; Douglas Belchior, da Uneafro e Coalizão Negra por Direitos; Puyr Tembé, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); Adalberto Val, cientista da Amazônia há 42 anos; e Bárbara Gomes, do Engajamundo.

“A agenda de clima, há muito tempo, não é mais uma agenda apenas de ciência, de números e de negociações diplomáticas. A agenda de clima também é uma fábrica de gerar desigualdade, problemas e pobreza para o povo. A gente corre o risco, daqui a pouco, de dar uma casa no Minha Casa Minha Vida, e a chuva tirar duas”, assinalou Astrini.

Na fala da sociedade civil, a futura primeira-dama do país, Rosângela Silva, a Janja, também foi bastante elogiada.

No discurso, Lula prometeu que irá retomar as conferências nacionais para ouvir a população. “Vamos às conferências nacionais para que o povo decida qual é a política pública correta para colocar em prática. Vamos fazer uma conferência da juventude, para que ela diga o que ela quer. Vamos fazer uma conferência das pessoas com deficiência, do povo negro, da mulher, dos LGBTs”, sinalizou o presidente eleito.

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