Lula no JN: 'Objetivo da Lava Jato era me condenar'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em entrevista ao Jornal Nacional, na quinta-feira (25) que o “equívoco” da Operação Lava Jato foi ter entrado no limite da política.

O que foi o equívoco da Lava Jato? É que a Lava Jato enveredou por um caminho político delicado. A Lava Jato ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política. O objetivo era o Lula. O objetivo era tentar condenar o Lula. – Lula

O petista se preparou para responder sobre a Operação Lava Jato e sua prisão em Curitiba, que ocorreu entre 2018 e 2019. Desde que o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) foi considerado parcial e os processos, anulados, o petista tem tratado do assunto com mais naturalidade.

“Falei ao [então juiz Sergio] Moro que ele estava condenado a me condenar, porque permitiu a mentira ir longe demais e aconteceu exatamente o que eu previa”, comentou Lula.

O petista foi o terceiro candidato à Presidência a ser sabatinado pelo Jornal Nacional. Na segunda-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi entrevistado pelos apresentadores. Na terça (23), foi a vez do candidato Ciro Gomes (PDT). Simone Tebet (MDB) vai participar nesta sexta (26). A ordem foi estabelecida por sorteio.

Transparência: Lula aproveitou a pergunta para afirmar que foi durante seu governo que o Portal da Transparência foi criado e que a CGU (Controladoria Geral da União) foi colocada para fiscalizar.

“Foram todas medidas no meu governo, além do que o Ministério Público era independente, além do que a Polícia Federal recebeu no meu governo mais liberdade do que em qualquer outro momento da história”, disse o ex-presidente.

Base jurídica: dentro do PT, a avaliação é que assuntos que envolvem o tema “corrupção” já não serão o centro da pauta, como foram no passado —em especial em 2018 —mas, quando forem evocados, devem ser respondidos na base jurídica.

A conclusão do Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) no mesmo sentido de parcialidade de Moro, em abril deste ano, tem sido usada como mais um reforço no discurso lulista.