Lula usa BNDES para financiar indústria da defesa

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A intenção é utilizar os contratos de vendas de armas como garantia para empréstimos destinados a financiar exportações do setor

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Lula está desenvolvendo uma nova forma de financiamento para a indústria bélica do Brasil. Trata-se de um Fundo para o setor de Defesa que será gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Essa medida beneficiaria empresas estatais como a Emgepron e a Imbel, que poderiam obter recursos fora do orçamento federal, permitindo que os gastos com a compra de insumos fiquem fora dos limites fiscais, diz reportagem do Estadão.

Segundo a coluna, tanto o Exército quanto a Marinha, bem como as empresas da Base Industrial da Defesa, confirmaram a existência desse plano para a criação do fundo. O projeto envolveria os Ministérios da Defesa, Indústria e Comércio, e Fazenda. O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, também confirmou por meio de sua assessoria que há planos para incluir a indústria bélica no programa de financiamento de exportações (Eximbank).

A criação desse novo fundo seria uma forma de atender à demanda da Defesa por uma fatia maior do orçamento. Em 2022, o setor recebeu 1,05% do PIB, mas tem o objetivo de alcançar 2%.

Após diversos conflitos entre os Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, como no caso da venda de blindados Guarani para a Ucrânia e de armas para o Peru, o financiamento da indústria de Defesa parece unir militares e parte dos membros do governo de Lula. No entanto, uma parte da base petista pode se opor a essa medida. Muitos acusam as Forças Armadas de serem “vorazes” por recursos, enquanto outras áreas enfrentam dificuldades financeiras.

A ideia do fundo e do financiamento das exportações chegou ao general Soares por meio do economista Nelson Barbosa, diretor de planejamento e estruturação de projetos do BNDES. Atualmente, o setor de defesa representa 4,8% do PIB do Brasil.

O general Soares afirmou ao Estadão que está em contato com o BNDES para viabilizar o Fundo de Defesa.

No caso da Imbel, empresa estatal vinculada ao Exército, e da Emgepron, estatal da Marinha, os recursos seriam emprestados pelo BNDES e pagos com juros bancários. Dessa forma, as empresas poderiam captar recursos do novo Fundo de Defesa e vender para as Forças Armadas ou para exportação.

No caso da Marinha, o navio-patrulha de 500 toneladas seria a principal aposta para vendas no exterior, com um custo estimado em cerca de R$ 120 milhões. Segundo a Marinha, o novo fundo seguiria um modelo semelhante ao Fundo da Marinha Mercante (FMM).

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