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A maconha é um vegetal da especie Cannabis sativa, uma planta herbácea da família das Canabiaceas. Apesar de ser da mesma espécie que o cânhamo, a maconha possui maior teor de uma substância psicoativa chamada THC (tetra-hidrocanabiodiol). Geralmente o cânhamo não apresenta mais que 0,3% de THC por peso seco.

O cultivo de cânhamo é controlado por lei, e sua legalização varia de país para país. Quando legalizado, ele pode ser usado na fabricação de biocombustíveis, óleo, resinas, têxteis, papel, cerveja, entre outros usos.

Já a maconha, apesar de seu cultivo ser ilegal em alguns países como o Brasil, é utilizada principalmente como droga psicoativa na forma de relaxamento e recreação. As drogas psicoativas afetam o sistema nervoso central e conseguem interromper a comunicação entre neurônios. O uso de drogas pode causar dependência e outros efeitos colaterais.

Entre os efeitos da maconha e de outras drogas psicoativas estão alucinações, sentimentos de paranoia, despersonalização ou dissociação.

Confira o que alguns estudos dizem a respeito do uso da Cannabis Sativa em suas versões de maconha e cânhamo.

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Ajuda e prejudica a criatividade de empresários

O uso de longo prazo da maconha pode ajudar e prejudicar a criatividade de empresários, de acordo com um estudo publicado no Journal of Business Venturing.

Os cientistas descobriram que os empreendedores usuários de maconha geraram novas ideias para seus negócios, mas estas eram menos viáveis, em comparação com as ideias geradas por empresários não usuários.

O aumento da originalidade e a diminuição da viabilidade das ideias de negócios dos usuários dessa droga em relação aos não usuários surgiram apenas para empresários que relataram uma paixão relativamente forte por explorar novas ideias de negócios.

Uso regular está correlacionado com fatores ambientais

Um estudo liderado pela Universidade de Queensland examinou pessoas que começaram a usar maconha de modo regular na escola ou no início dos 20 anos, e comparou ambas com não usuários.

Curiosamente, os resultados mostraram que os usuários regulares de maconha eram mais propensos a consumir álcool de forma mais arriscada, fumar tabaco, usar drogas ilícitas e não estar em um relacionamento aos 35 anos; além de ter maior risco de depressão e menos probabilidade de ter um trabalho remunerado.

Isso não significa que a maconha é a responsável por estes fatores, pois os dados são, por enquanto, apenas correlacionados, e não relacionados.

Uma outra pesquisa indicou que o consumo de maconha na adolescência pode causar infertilidade na fase adulta.

Uso frequente está associado ao declínio no QI

Um estudo descobriu que adolescentes que usam maconha com frequência podem apresentar um declínio no Quociente de Inteligência (QI) ao longo do tempo.

Os resultados revelaram que houve declínios de aproximadamente dois pontos de QI ao longo do tempo entre aqueles que usam cannabis com frequência em comparação com aqueles que não usam. Uma análise posterior sugeriu que esse declínio nos pontos de QI estava principalmente relacionado à redução no QI verbal.

Um outro estudo mostrou que o uso frequente de maconha é mais comum entre populações jovens.

Reduz pressão arterial em adultos mais velhos

Uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade Ben-Gurion do Negev (BGU) mostrou que a maconha causa a redução da pressão arterial em adultos mais velhos. Porém, nesses casos o seu uso não é recreativo, sendo considerada maconha medicinal.

Os pacientes foram avaliados por meio de monitoramento ambulatorial da pressão arterial de 24 horas, exames de sangue e medições corporais — antes e três meses após o início da terapia com cannabis.

No estudo, os pesquisadores descobriram uma redução significativa nos valores da pressão arterial sistólica e diastólica em 24 horas, com o ponto mais baixo ocorrendo três horas após a ingestão de cannabis por via oral por meio de extratos de óleo ou pelo fumo.

Usos do cânhamo

Substitui farinhas sem glúten

Uma equipe de cientistas da Universidade de Novi Sad na Sérvia e do Centro de Pesquisa Alimentar Guelph no Canadá descobriu que a farinha de cânhamo, um subproduto do óleo de cânhamo prensado a frio, em combinação com folhas de chá verde descafeinado pode ser usada para fazer bolachas sem glúten com propriedades funcionais.

A farinha de cânhamo, como subproduto do processo de prensagem a frio do óleo, é rica em proteínas, fibras, fitoquímicos, minerais, ácidos graxos essenciais ômega-6 e ômega-3 e, portanto, um ingrediente muito valioso para uso na produção de alimentos.

Em termos de composição de aminoácidos, as proteínas da semente de cânhamo são comparáveis ??à clara do ovo e à proteína de soja. As folhas de chá verde contêm compostos que demonstraram ter benefícios à saúde, incluindo a prevenção do câncer de vários tipos, bem como a redução dos níveis de colesterol LDL.

As descobertas do estudo sugerem que os consumidores podem se beneficiar do consumo desses biscoitos sem glúten com qualidades nutricionais superiores em termos de alto teor de proteína, fibras brutas, minerais e ácidos graxos essenciais e propriedades antioxidantes.

Possui óleos saudáveis

Um estudo que detalhou quantos compostos saudáveis ??o óleo de semente de cânhamo contém revelou que este produto possui altos níveis de vitaminas A, C e E e beta-caroteno, e é rico em proteínas, carboidratos, minerais e fibras.

O pesquisadores ainda descobriram  que o óleo de cânhamo tem uma variedade de substâncias interessantes, como esteróis, álcoois alifáticos e ácidos linolênicos, que pesquisas sugerem que promovem uma boa saúde.

Por exemplo, ele contém ácido ?-linolênico, que é um ácido graxo ômega-3 que alguns estudos sugerem que ajuda a prevenir doenças coronárias. As descobertas podem ter implicações nas indústrias farmacêutica, cosmética, alimentar e não alimentar, afirmam.

É uma alternativa eco-friendly ao leite de origem animal

O leite de semente de cânhamo é uma alternativa eco-friendly ao leite de origem animal. Suas raízes são profundas, o que melhora a estrutura do solo e reduz a presença de fungos.

Também é resistente a doenças e produz muita sombra, o que impede o crescimento de ervas daninhas. Isso, por sua vez, reduz a necessidade de pesticidas.

O cultivo de cânhamo requer mais água do que a soja, mas menos do que amêndoas e laticínios. Apesar de ser uma das culturas mais antigas utilizadas, principalmente na Europa, o cânhamo é produzido em quantidades muito baixas, e por isso tem potencial para crescer.

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