Mais de cem pessoas morrem em confrontos étnicos na região de Darfur

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Militar etíopeem operação de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Sudão do Sul, em fevereiro de 2022. — Foto: Isaac Billy/UN Photo

Mais de cem pessoas morreram durante confrontos étnicos na região de Darfur, oeste do Sudão, informou um líder tribal nesta segunda-feira (13).

“Os combates mataram 117 pessoas e deixaram 14 aldeias queimadas na localidade de Kolbus, em Darfur Ocidental”, disse Ibrahim Hashem, líder da etnia Gimir.

De acordo com Hashem, os confrontos aconteceram principalmente entre a tribo Gimir e a tribo árabe Rizeigat.

Os confrontos explodiram na semana passada por causa de uma disputa de terras entre uma aldeia dos Rizeigat e outra dos Gimir, perto de Kolbus, a 160 quilômetros da capital do Estado, El Geneina.

A região árida de Darfur, na fronteira com o Chade, foi cenário de episódios de extrema violência nos últimos meses.

Em abril, mais de 200 pessoas morreram em confrontos entre grupos árabes e não árabes em Darfur Ocidental.

O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a região, Volker Perthes, se declarou “horrorizado” pela violência em Kolbus.

“O ciclo de violência em Darfur é inaceitável e destaca as causas profundas que devem ser abordadas”, escreveu no Twitter.

Em 2003, Darfur foi cenário de um conflito entre rebeldes de uma minoria étnica e o governo, de maioria árabe, que matou 300.000 pessoas e forçou 2,5 milhões de habitantes a fugir de suas casas, segundo os números das Nações Unidas.

Depois de superar 30 anos de ditadura de Omar al Bashir em 2019, o golpe de Estado do general Abdel Fattah Al Burhan em 25 de outubro de 2021 afundou ainda mais o país em um atoleiro político e econômico.

Embora os principais grupos rebeldes tenham assinado um acordo de paz em 2020, os confrontos mortais por terra, gado, acesso à água e pastagens prosseguem no país.

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