Marcha para Jesus recebeu R$ 1,7 milhão em emendas de verbas públicas
Por Luciana Lima
A Marcha para Jesus, evento que ocorreu neste sábado (9/7), em São Paulo, recebeu R$ 1,7 milhão em emendas de vereadores paulistanos para sua edição de 2022. As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.
Nesta edição, a marcha contou com a presença de dois presidenciáveis ao longo do evento: o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, e a senadora Simone Tebet (MDB), candidata da chamada 3ª via.
Além deles, o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, também esteve presente.
As emendas deste ano foram destinadas pelos vereadores João Jorge (PSDB), que destinou R$ 1 milhão, e pelo Missionário José Olímpio (PL), que enviou R$ 710 mil para a marcha.
A marcha é um evento gospel liderado pela Igreja Renascer em Cristo. Trata-se de uma caminhada, com shows de cantores evangélicos, pregações de pastores evangélicos e que, neste ano, completa 30 anos.
Anos anteriores
Nos anos anteriores, a Marcha para Jesus também foi bancada com recursos públicos. Em 2019, ano que Bolsonaro discursou e tornou-se o primeiro presidente a participar da marcha, o vereador Gilberto Nascimento Júnior (PSC) destinou R$ 1,1 milhão. No ano seguinte, Eduardo Tuma (então vereador pelo PSDB, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Município) direcionou R$ 400 mil por meio de duas emendas.
Em 2020, devido à pandemia da Covid-19, a marcha funcionou em formato diferente, como uma carreta, que terminou em um show acompanhado de dentro dos carros.
Cachê de Daniela
A forma de pagamento de eventos públicos, por meio de emendas parlamentares, é a mesma que bancou o cachê de artistas como Daniela Mercury no show do 1º de Maio deste ano, evento organizado pelas centrais sindicais. Nessa ocasião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República discursou.
Aliados do presidente Jair Bolsonaro criticaram a destinação de recursos da Prefeitura para o 1º de Maio. A apresentação chegou a virar alvo de uma investigação da Controladoria-Geral do Município depois que a cantora declarou apoio a Lula, que havia discursado minutos antes.
A prefeitura abriu processo para apurar desvio de finalidade e suspendeu o pagamento de R$ 100 mil que faria à produtora responsável pela contratação da artista. O Ministério Público, porém, rejeitou a denúncia.
Mesmo assim, Daniela Mercury, pediu o cancelamento do contrato e abriu mão dos R$ 100 mil referentes ao pagamento do show.