‘Meu medo é que matem ele’, diz mãe de fugitivo de presídio de Mossoró

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Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça

A mãe de Deibson Cabral Nascimento, um dos fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN), diz temer que o filho seja morto pelos agentes que participam das buscas.

O que aconteceu

Mãe de fugitivo relatou conversa com assistente social do presídio de Mossoró. A dona de casa Maria Auxiliadora Nascimento Vieira, 60, diz ter conversado com uma assistente social da unidade prisional federal nos últimos dias. No diálogo por telefone, disse ter perguntado se os agentes iriam matá-lo, caso ele fosse localizado.

“Eu perguntei para a assistente social do presídio: ‘se ele for encontrado, vão matá-lo?’. Ela disse que ninguém sabe o jeito como ele vai reagir. Mas ele vai reagir como, se não tem arma? E se matarem e disserem que ele reagiu? Meu medo é que matem ele.” — Maria Auxiliadora Nascimento Vieira, mãe de Deibson.

Pedido de provas que confirmem que os fugitivos deixaram o presídio com vida. A família de Deibson e de Rogério da Silva Mendonça querem ter acesso ao vídeo que comprove que eles escaparam com vida do presídio. A advogada Flávia Fróes, que representa as famílias dos detentos, pediu à Corregedoria do Presídio Federal de Mossoró para ter acesso às imagens do circuito interno.

Dúvidas sobre a fuga. A dúvida da família se os detentos saíram com vida do presídio vai contra a informação de que estiveram na casa de uma família durante a fuga, onde permaneceram por cinco horas, segundo os investigadores.

Sem informações concretas, diz mãe. “Me sinto desesperada, porque não sei o que realmente aconteceu. Não há imagens mostrando que eles saíram [do presídio]. A família não tem nenhuma informação concreta”, disse Maria Auxiliadora Nascimento Vieira, mãe de Deibson.

O que se sabe sobre o caso

Uma camiseta de uniforme de presídio foi encontrada na sexta-feira (16) em região de mata. A peça foi localizada na zona rural de Mossoró e pode ter sido usada por um dos detentos que fugiu do presídio.

O trabalho de buscas conta com a participação de cerca de 300 agentes. Entre eles, policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais civis e policiais militares. Há ainda a participação da Polícia Penal Federal e da Polícia Penal do Rio Grande do Norte, que atuam com os grupos de operações especiais e de cães.

Detentos abriram um buraco no local em que estava instalada a luminária. O registro da imagem foi feito pela força-tarefa coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

As celas onde estavam os presos passam por perícia. Pertences dos detentos, como lençóis e objetos pessoais, também são examinados.

Essa foi a primeira fuga em um presídio de segurança máxima no país. Segundo o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, houve falha em uma série de protocolos.

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