Ministro atua para barrar incorporação de Furnas na Eletrobras

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Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Foto: Reprodução

por Julio Wiziack

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), articula junto a sindicatos para que Furnas não seja incorporada pela Eletrobras.

Trabalhadores da Eletrobras tentaram impedir a assembleia de acionistas que votará a incorporação, aprovada pelo conselho de administração da Eletrobras no fim de novembro. Silveira tenta, desde julho, barrar essa medida, prevista no plano de reestruturação da Eletrobras privatizada.

Assessores do Planalto afirmam que o ministro vem mantendo intensas conversas com associações de funcionários e com o Judiciário.

Em um ofício enviado em agosto para o presidente da empresa, Ivan Monteiro, o ministro se diz preocupado com a reestruturação da empresa, especialmente após o apagão deflagrado a partir de uma subestação da subsidiária Chesf (Companhia Hidro Energética do São Francisco).

Para Silveira, a incorporação de Furnas levará a mais demissões pelo PDV (Plano de Demissão Voluntária), o que, para o ministro, atrapalha o bom funcionamento da empresa e deve ser suspenso até que o ministério receba o plano de ação da Eletrobras —o que ainda não ocorreu.

“O Ministério de Minas e Energia é responsável por zelar pelo equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia elétrica no país e, considerando a importância da Eletrobrás na disponibilização da oferta de energia elétrica, externo minha preocupação com o desligamento de um número expressivo de funcionários e com suas consequências para a manutenção da confiabilidade do suprimento de energia elétrica”, escreveu Silveira para Monteiro.

Nos bastidores, entretanto, o que está em jogo é a intenção da União em ter mais poder de mando na Eletrobras —situação que se arrasta desde o início do governo Lula e ainda está pendente no Supremo Tribunal Federal.

O ministro Nunes Marques, relator do caso, quer que as partes entrem em acordo.

No entanto, a Eletrobras afirma que foi privatizada e, pelo modelo aprovado pelo Congresso, é gerida por um conselho de administração eleito em chapa por uma assembleia geral.

O governo Lula considera que houve abusos na privatização, porque é o maior acionista (com cerca de 40% das ações) e sequer tem assento no conselho. Por isso, foi ao Supremo.

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