Missa com fala sobre ‘vitória do bem contra o mal’ foi ponto alto no dia da posse de Dino no STF
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Flávio Dino. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Por Valdo Cruz
No concorrido dia de posse do ministro Flávio Dino no Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (22), o ponto alto ficou para a missa de ação de graças, que substituiu a tradicional festa com bandas em Brasília.
Foi um momento em que prevaleceu a emoção de Dino, familiares e presentes, acompanhando a celebração do cardeal Paulo Cezar. Na homilia, o religioso pregou: “O outro não deve ser visto como inimigo, mas com respeito”.
![Flávio Dino participa de missa na Catedral de Brasília. — Foto: Reprodução/ TV Globo](https://i0.wp.com/s2-g1.glbimg.com/LVZeEtISYOO6cT8OxWtURm4exdg=/0x0:837x589/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/k/L/HmztESTAiQS7o9E1sISw/dino.png?resize=578%2C406&ssl=1)
Realizada na Catedral de Brasília, a missa foi encerrada com o novo ministro Flávio Dino, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, subindo ao altar para breves palavras, mas com recados fortes de cada um deles.
O primeiro a falar foi Barroso. O presidente do STF disse que Flávio Dino é uma bênção para a democracia e para a Justiça, destacando que ele tem a “coragem moral de fazer aquilo que deve ser feito”.
Barroso também estimulou Dino a seguir no bom combate ao afirmar: “O Universo protege as pessoas de bom propósito”.
Depois, foi a vez do vice-presidente Geraldo Alckmin. “Flávio Dino, no Ministério da Justiça, foi o homem certo no momento certo para salvar a democracia e evitar o golpismo”, disse o vice-presidente, interrompido por alguns minutos de aplausos dos presentes, que se levantaram neste momento.
O último a falar foi o homenageado da noite, muito emocionado. Dino começou lembrando que, tradicionalmente, se realizam festas para comemorar a posse de um ministro do STF.
Ele fez questão de ressalvar que “festas são ótimas”, mas que ele preferiu escolher “essa festa [a missa]”. “Uma das mais bonitas das quais já participei”, declarou.
Com a voz embargada em alguns momentos e os olhos marejados, Flávio Dino decidiu fazer a missa também como homenagem ao filho Marcelo Dino, que morreu em Brasília aos 13 anos, citado durante a cerimônia, arrancando lágrimas da mulher do ministro, Daniela.
Durante sua fala, tal como o cardeal Paulo Cezar, o ministro falou da importância do respeito entre pessoas de credos e opiniões divergentes.
Ao citar que na cerimônia católica estavam presentes evangélicos como seu colega de STF André Mendonça e o ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, Dino destacou que o “amor de Cristo deve nos unir” e que o “amor de Cristo não defende guerras”.
Ao final, o novo ministro do STF falou em acreditar na “vitória do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas”, destacando ainda que “a vida me ensinou a ser mais forte”, outra referência ao filho Marcelo.
Religioso, com grande conhecimento da Bíblia, o ministro costuma levar imagens de santos por onde passa como proteção ao seu trabalho. Os que estavam em seu gabinete no Ministério da Justiça estão sendo transferidos para o seu novo local de trabalho no STF.