Moraes diz que Judiciário é o inimigo dos novos populistas extremistas digitais

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Ministro Alexandre de Moraes, do STF Foto: Fellipe Sampaio/STF

O tema da democracia se sobrepôs ao juridiquês na última rodada de mesas do Fórum de Lisboa, na sexta-feira (28). A fala de abertura foi do ministro Alexandre de Moraes, que traçou um paralelo entre os autoritarismos do passado e do presente.

“Mussolini e Hitler chegaram ao poder pelas regras do jogo, o que ensinou uma lição aos democratas. Depois da guerra criou-se um obstáculo aos autoritários: a Jurisdição Constitucional”, afirmou. “Por isso o Judiciário é o grande inimigo daquilo que chamo de ‘novos populistas extremistas digitais’, como pudemos ver nos casos recentes da Hungria e da Polônia”.

Para Moraes, esses populistas encontram terreno fértil em sociedades que têm problemas.

“O gatilho do descontentamento naquela época foi o empobrecimento da população alemã por causa do Tratado de Versalhes. A guerra acabou, a classe média ascendeu, e agora na Europa vivemos um período de estagnação. A estratégia dos populistas é culpar os imigrantes, os negros, as mulheres, aqueles que supostamente estariam tirando o emprego dessa classe média”, disse Moraes.

“Para isso os novos populistas usam as redes sociais”.

Por causa disso, o ministro defende a regulação das plataformas. “Tenho conversado com os representantes das big techs e eles me dizem que é possível remover das redes, usando algoritmos, 93% dos vídeos de pedofilia e pornografia. Eu me pergunto por que não fazem o mesmo com os que espalham notícias falsas desvirtuando as eleições. Existem claras razões econômicas. Há duas coisas que fazem sucesso nas redes sociais. O discurso de ódio e o discurso fofo. A raiva contra os adversários e os cachorrinhos com cara de coelhinhos”

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