“Mulheres mostravam os seios para ganhar comida”, diz brasileira deportada dos EUA
- O avião com 312 pessoas deportadas dos EUA pousou no Aeroporto de Confins, em MG
- Uma das brasileiras relatou que mulheres mostravam os seios aos guardas para ganhar comida
- Ela contou ter sido obrigada a passar frio em uma cela e descreveu a situação como “humilhante”
O avião com 312 pessoas deportadas dos Estados Unidos pousou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), na última sexta-feira (11). Uma das brasileiras relatou ao portal G1 o tratamento desumano pelo qual passou.
“Era uma garrafinha de água de 500 ml por dia, fiquei cinco dias sem tomar banho e escovar os dentes, alimentação só com burrito, laranja e maçã. Algumas mulheres chegavam a mostrar os seios aos guardas para ganharem comida”, afirmou.
Ela saiu do Brasil junto com os pais e uma irmã. Em 29 de janeiro, a família chegou aos Estados Unidos. “A patrulha pegou a gente e jogou nossos pertences no lixo, só não jogou eletrônico, dólar e medicamento”, contou ela, que não foi identificada pela reportagem.
Ela contou ter sido obrigada a conviver com o frio em uma cela e descreveu a situação como “humilhante”. Os pais da mulher foram deportados há uma semana.
Um outro deportado disse ao G1 que viajou com o pai e o irmão. Os dois ainda estão nos Estados Unidos: “Alguns policiais são prestativos. Outros, não gostam de imigrantes, só dão má resposta. Eles diziam: ‘Aqui não é a casa de vocês, vocês não estão no país de vocês. Voltem para o país lixo”.
As celas, de acordo com ele, não eram limpas. Ao menos dez pessoas contraíram covid-19. “Nós viemos algemados nas mãos, na barriga e no pé. Me senti um criminoso”, finalizou.