Na Bahia, Lula tenta alavancar candidato do PT ao governo do Estado

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Luiz Inácio Lula da Silva. © Reuters/CARLA CARNIEL

SALVADOR – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou em Salvador nesta quinta-feira, 31, com o objetivo de impulsionar a candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo da Bahia.

Ex-secretário estadual de Educação, Jerônimo foi escolhido pelo partido para a missão de enfrentar o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), nas urnas. Também vai disputar o Palácio de Ondina com o ex-ministro da Cidadania, João Roma (PL), lançado como palanque do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Bahia.

O PT aposta na popularidade de Lula no Estado para vencer dois dos principais obstáculos enfrentados por Jerônimo: o alto nível de desconhecimento do candidato junto ao eleitorado e a larga liderança de ACM nas pesquisas de intenção de voto.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada em 22 de março mostra que 82% dos baianos não sabem quem é o ex-secretário. O levantamento aponta também que, com apoio de Lula, Jerônimo reduz de 62 para seis pontos percentuais a diferença para ACM Neto.

A estratégia petista é colar a imagem de Jerônimo a Lula e ao governador Rui Costa (PT), que tem mandato bem avaliado pela população, na tentativa de obter transferência de votos.

A tática ficou expressa durante evento de lançamento da pré-candidatura do ex-secretário, ocorrido nesta quinta-feira. Lula disse que, se adversários ganharem, irão desmontar políticas dos 16 anos do partido na Bahia.

“Se a gente perder a eleição, vão destruir o que vocês levaram 16 anos para fazer”, declarou em discurso.

Presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann afirmou que a eleição de Jerônimo é importante para ajudar na governabilidade de Lula, caso seja eleito para o terceiro mandato na Presidência.

“Para estar com o povo, precisamos ter lado. O lado daqui é o lado do bem, da força, de quem quer o melhor para a Bahia e o Brasil. Temos que enfrentar o mais desastroso, perverso e horroroso presidente que esse país já teve. Para fazer isso, precisamos estar organizados”, afirmou Gleisi.

Costa adotou o discurso do “nós contra eles” e associou ACM a Bolsonaro, sem citá-lo diretamente. “De um lado tão aqueles que mataram 630 mil brasileiros porque não compraram vacina. De um lado, aqueles que botaram a gasolina a 10 reais. Do outro lado, está o time de Lula, da esperança, do emprego, da vontade de construir o Brasil que nos orgulha”, disse o governador.

A candidatura de Jerônimo também representa a volta do MDB às hostes do PT. Em aliança selada ontem, o partido indicou o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Jr., como vice na chapa.

O evento que anunciou a composição marcou a primeira aparição pública do ex-ministro Geddel Vieira Lima desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que ele cumprisse pena em liberdade condicional pelo caso do bunker de R$ 51 milhões.

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