O “movimento” do Planalto que mais irritou Fernando Bezerra

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O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) durante entrevista à Folha em seu gabinete, em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Por Igor Gadelha

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) entregou a liderança do governo no Senado na manhã desta quarta-feira (15/12) alegando ter sido “traído” pelo Palácio do Planalto na disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) que ocorreu na véspera, na Casa.

A aliados, o emedebista ressaltou que um “movimento” do Planalto em especial o irritou bastante. Nos bastidores, Bezerra acusa o governo de ter trabalhado a favor do senador Antonio Anastasia (PSD-MG) de última hora, para tentar evitar a vitória da senadora Kátia Abreu (PP-TO).

Até a semana passada, ministros do Planalto como Ciro Nogueira (Casa Civil), que comanda o partido de Kátia, trabalhavam para angariar votos para a senadora na disputa. A parlamentar chegou a pedir a benção diretamente ao presidente Jair Bolsonaro numa reunião em julho deste ano.

A estratégia, porém, mudou após a avaliação de que a vitória dela fortaleceria dois adversários de Bolsonaro: 1) o PT, que ganharia mais um senador, pois o suplente de Kátia é filiado à sigla; 2) o senador Renan Calheiros (MDB-AL), algoz do governo na CPI da Covid e um dos cabos eleitorais da parlamentar na disputa.

Para Bezerra, o movimento do Planalto para evitar a vitória de Kátia Abreu deveria ter sido feito a favor do então líder do governo, e não de Anastasia. Isso porque, segundo aliados de Bezerra, até o início da manhã dessa terça-feira (14/12), dia da votação, o senador do MDB estaria “empatado” com Anastasia.

No final das contas, Antonio Anastasia venceu a disputa com 52 votos. O placar foi maior do que a soma dos outros dois candidatos na disputa. Kátia Abreu ficou em segundo lugar, com 19 votos. Bezerra, por sua vez, ficou em terceiro, com míseros 7 votos.

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