Operação Cartola: três ex-dirigentes do Botafogo-PB e um ex-árbitro de futebol são condenados a prisão

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Breno Morais, ex-vice-presidente do Botafogo-PB, foi um dos codnenados — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Três ex-dirigentes do Botafogo-PB e o ex-chefe da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB) foram condenados pela justiça paraibana por envolvimento em um esquema de manipulação de resultados no futebol paraibano. A decisão acontece a partir dos desdobramentos da Operação Cartola, desencadeada em 2018. Dois ex-dirigentes do Belo e um empresário que agenciava jogadores foram absolvidos no mesmo processo.

A decisão em primeira instância é do juiz José Guedes Cavalcanti Neto, da 4ª Vara Criminal de João Pessoa. E diz respeito a um caso envolvendo o jogo Botafogo-PB 3 x 3 CSP, disputado em 11 de fevereiro de 2018, pela sétima rodada do Campeonato Paraibano daquele ano, cuja súmula teria sido adulterada para preservar o Belo de uma eventual punição futura. Cabe recurso da decisão.

Foram condenados os ex-dirigentes Breno Moraes, Guilherme Novinho e Zezinho Botafogo e o ex-árbitro de futebol José Renato.

Breno e José Renato pegaram uma pena de dois anos de prisão e multa, mas poderão cumprir a pena em regime aberto. A decisão diz que ambos descumpriram regras previstas no Estatuto do Torcedor (hoje revogado pela Lei Geral do Esporte, que tem o mesmo dispositivo legal em questão). Breno, contudo, foi citado por dar ou prometer vantagem para mudar resultado de desporto ou evento a ele associado. José Renato, por sua vez, foi por fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado.

Já Novinho e Zezinho Botafogo pegaram um ano e dois meses de reclusão e multa, mas poderão cumprir a pena em regime aberto. Ambos foram citados por desrespeito ao Código Penal Brasileiro, por falsidade ideológica por alterar verdade de documento.

Por outro lado, a Justiça entendeu que os ex-dirigentes Alexandre Cavalcanti e Francisco Sales e o empresário Alex Fabiano não tinham envolvimento direto com a articulação da diretoria do Botafogo-PB com o árbitro José Renato para que a súmula do jogo em questão fosse ilicitamente adulterada. Assim, todos foram absolvidos.

Operação Cartola investigou em 2018 uma organização criminosa por falsidade ideológica e manipulação de resultados no futebol profissional da Paraíba — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Operação Cartola investigou em 2018 uma organização criminosa por falsidade ideológica e manipulação de resultados no futebol profissional da Paraíba — Foto: Polícia Civil/Divulgação

O que dizem os citados na sentença

Alexandre Cavalcanti, que foi absolvido, comemorou a sentença e se mostrou aliviado com a absolvição:

“A gente recebe essa notícia com a consciência tranquila. Fui absolvido, mas há seis anos eu pago uma pena muito cara para mim, que sou uma pessoa honesta, que nunca se envolveu com nenhum tipo de coisa errada. É uma página que se vira na minha vida” comentou.

José Renato, condenado, se manifestou por meio de seu advogado, Felipe Solano, que prometeu reverter a decisão. “Iremos recorrer da decisão, porque foi comprovado no processo que não houve absolutamente qualquer tipo de ilicitude praticada por José Renato”, explicou o advogado.

Breno Morais, condenado, também se manifestou por meio de seu advogado, Guilherme Moura. Ele também vai recorrer. “A defesa do réu Breno Morais, apesar do respeito à sentença judicial que reconheceu a inexistência da maioria dos crimes narrados pelo Ministério Público, continua confiante em sua inocência e utilizará dos meios recursais para alcançar um julgamento absolutório integral”.

Francisco Sales (absolvido) e Guilherme Novinho (condenado) informaram que não vão se pronunciar sobre a decisão. Zezinho Botafogo (condenado) disse que divulgará uma nota sobre a sentença. Alex Fabiano (absolvido) não foi localizado para se pronunciar.

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