Opinião – Leite é projeto de um enfraquecido Aécio, que insiste em sonhar com o Palácio

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Por Leandro Mazzini

A ascensão nacional meteórica do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite – sucesso de mídia que não se converteu em apoio dentro do PSDB, por ora – tem um padrinho cambaleante nos bastidores de seu pré-lançamento à Presidência da República.

Leite é o PPP de Aécio Neves – o Projeto Pessoal-Político do deputado federal mineiro. Foi Aécio quem lançou o governador e o tirou dos pampas na tentativa de fazê-lo brilhar nas redes nacionais e manter seu grupo no Poder, contra o fortalecimento do governador João Doria Jr no ninho tucano.

Aécio ainda sonha com o Palácio do Planalto. Ele acredita que, dentro de alguns anos, o povo já esqueceu o diálogo vergonhoso que manteve com Joesley Batista, quando pediu dinheiro para pagar advogados. Alçar Leite a candidato a presidente, mesmo que ele perca a eleição na eventualidade de uma candidatura, mantém as portas políticas abertas para o mineiro ganhar tempo, vitrine, tentar recuperar prestígio de delegados tucanos e articular sua futura candidatura.

O deputado força o cenário, mas dentro do próprio PSDB até aliados indicam que sua derrota é iminente, e junto vai seu sonho.

É tão latente o PPP de Aécio que o staff de Leite é formado por homens de confiança e aliados do deputado. Para citar dois: Tem o federal Rodrigo de Castro, um dos mentores – que criou a frente nacional de vereadores tucanos e tem forte ingerência entre os edis – e em especial o federal Paulinho Abi-Ackel.

Paulinho há mais de ano tem desembarcado no Aeroporto de Porto Alegre quase semanalmente. Ele é o tutor de Leite e o mensageiro de Aécio. Mas os tempos de glória de Aécio ficaram no passado. O ex-senador anda cabisbaixo, e sem o assédio de antes no Salão Verde da Câmara, desde quando denunciado por Joesley.

A insistência de Eduardo Leite desde sábado, antes das prévias, em adiar a escolha do candidato para abril é uma amostra de como o grupo de Aécio se enfraqueceu no PSDB. Aos holofotes, no entanto, os presidenciáveis tucanos e seus padrinhos evitam a autofagia. A conferir os próximos capítulos.

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