Oposição calcula derrota em relatório da CPI do MST

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Ricardo Salles

Ricardo Salles. Foto: Reprodução

Por Gabriela Prado

Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST acreditam que não vão conseguir aprovar relatório que deverá ser entregue pelo deputado Ricardo Salles (PL-SP).

O parlamentar não abre mão de indiciar integrantes de movimentos sociais. O relatório pode ser entregue na segunda semana de setembro.

Já a base governista afirma que não negocia indiciamento. Para o deputado Nilto Tatto (PT-SP), essa é mais uma tentativa da comissão de criminalizar movimentos sociais.

“Se fizer o relatório com indiciamento, criminalização dos movimentos sociais, nós vamos derrotar. E a CPI ficará sem relatório”, comentou Tatto.

Para Salles, o deputado Valmir Assunção (PT-BA) e dois assessores parlamentares dele devem constar no documento final da comissão, por causa de denúncias de crimes. Valmir atuou na fundação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A oposição afirma que vai tentar articulação com líderes e até a base do PT para não sair “sem nada”.

A base governista diz que até o momento não foi procurada pela CPI para qualquer negociação e pode fazer até mesmo um relatório paralelo ao de Salles.

A comissão causou dor de cabeça para o governo durante o semestre. Instalada em 17 de maio, o governo não teve maioria até o início de agosto.

As sessões tiveram debates acalorados e convocações de ministros aprovadas. O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, chegou a prestar depoimento.

A comissão aprovou a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Mas o PT fez uma questão de ordem à presidência da Câmara e conseguiu reverter a obrigatoriedade do comparecimento de Costa.

A partir de agosto, o governo procurou lideranças da Câmara e próprio presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL).

Segundo a base governista, os líderes já estavam irritados com as discussões durante os encontros da CPI e articularam para promover trocas entre os membros permanentes.

A negociação com União Brasil, MDB, PP e Republicanos permitiu que o governo tivesse maioria e começasse a barrar votações de requerimentos de interesse da oposição.

Salles acusou o governo de “manobras regimentais” para conseguir maioria e desistiu de pedir a prorrogação do funcionamento da CPI.

 

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